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Censo 2022

Idosos, crianças e população carcerária em foco no Brasil

Mulheres lideram nos asilos, enquanto homens dominam população carcerária.

Por Redação com Agência Brasil 06/09/2024 14h02
Idosos, crianças e população carcerária em foco no Brasil
Foto: Rafa Neddemeyer / Agência Brasil

O Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe um retrato detalhado sobre a população que vive em instituições de longa permanência, orfanatos e prisões no Brasil. Segundo o levantamento, 160.784 pessoas idosas, o equivalente a 0,5% da população com mais de 60 anos (32,1 milhões), vivem em asilos ou instituições de longa permanência para idosos.

A maior concentração dessas pessoas está no Sudeste, com 57,5% do total, seguido pelo Sul, com 24,8%. “É de se esperar que você tenha mais moradores de asilo em regiões que são mais envelhecidas, que são justamente o Sul e o Sudeste”, explica o pesquisador do IBGE, Bruno Perez. Essas regiões, somadas, também possuem as maiores proporções de população idosa no Brasil.

Outro dado relevante é o recorte de gênero. As mulheres são maioria nos asilos, representando 59,8% dos moradores. “Isso está relacionado ao fato de que as mulheres são maioria na população como um todo e de forma mais expressiva quando olhamos para a população idosa. A expectativa de vida dos homens é significantemente menor que a das mulheres”, acrescenta Perez.

Além dos idosos, o Censo revelou que 14.374 pessoas viviam em orfanatos e instituições similares em 2022, representando 0,03% da população brasileira com até 19 anos (54,5 milhões). Nas clínicas psiquiátricas e comunidades terapêuticas, a população somava 24.287 pessoas, em sua maioria homens com idades entre 30 e 59 anos.

População carcerária em crescimento

Um dado alarmante veio da população carcerária: 479.191 pessoas vivem em penitenciárias, centros de detenção e estabelecimentos similares, representando 0,24% da população total brasileira, calculada em 203,1 milhões. Desse total, 96% são homens, e a maioria tem entre 20 e 39 anos.

“É uma população jovem que, infelizmente, está sendo marginalizada e empurrada para o sistema prisional. A faixa etária de 20 a 39 anos representa 15,1% do total da população brasileira, mas domina as prisões, mostrando uma grave desigualdade social”, afirmou o sociólogo Carlos Mendes.

O Sudeste concentra 52% da população carcerária, seguido pelo Nordeste (16,5%) e Sul (14,7%). As regiões Centro-Oeste e Norte, embora com menor população, também têm representações significativas.

Adolescentes em conflito com a lei


Entre os adolescentes, o IBGE constatou que 7.514 jovens viviam em unidades de internação, voltadas para menores em conflito com a lei. Desse total, 96,2% eram do sexo masculino, reforçando o padrão de gênero também observado no sistema prisional adulto.

Outros grupos vulneráveis


O Censo 2022 também levantou informações sobre outros grupos vulneráveis. Havia 46.269 pessoas vivendo em hotéis ou pensões, 30.090 em alojamentos, 24.110 em abrigos assistenciais e 11.295 em casas de passagem para a população em situação de rua. Esses números revelam a necessidade de políticas públicas voltadas para diferentes grupos que vivem em condições de vulnerabilidade no Brasil.

As informações do IBGE reforçam a importância de se olhar para essas populações de forma atenta, entendendo suas realidades e propondo soluções que promovam a inclusão e o respeito aos direitos humanos.

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