As ouvidorias de 173 órgãos públicos federais, incluindo ministérios, universidades, hospitais, empresas estatais e autarquias, registraram 571 denúncias e reclamações de assédio sexual em 2023. Os dados são do painel “Resolveu?”, da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o relatório, mais de 97% das manifestações tratam-se de denúncias, enquanto 2,5% são reclamações formais.

Entre os órgãos com mais registros estão a Universidade Federal de Rondônia, que lidera com 32 ocorrências, o Ministério da Saúde com 23, a Universidade Federal de Pernambuco e a própria CGU, ambos com 20 casos. O levantamento ainda destaca instituições como o Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com 11 denúncias cada, além da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que contabilizou 10 registros.

A lista continua com a Universidade Federal do Ceará e o Ministério das Mulheres, ambos com nove denúncias, seguidos pelo Comando da Aeronáutica, Universidade Federal do Pará e Universidade de Brasília, com oito ocorrências cada.

De acordo com a CGU, cerca de 60% dos registros especificam o tipo de denúncia, sendo a maioria delas relacionada a “conduta de natureza sexual”. Em agosto, houve um pico nos números, com 122 novos casos reportados, representando 21% do total de denúncias acumuladas ao longo do ano.

Informações sobre os denunciantes permanecem limitadas. Entre os registros, três quartos não forneceram detalhes sobre a localização ou cor. Entre as 88 pessoas que identificaram o sexo, 66 eram mulheres (75%) e 22 eram homens.

Na noite de sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, após surgirem denúncias de assédio sexual. No entanto, até o momento, o painel “Resolveu?” da CGU não registra nenhuma queixa de assédio no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.