Desde 2021, a vereadora Silvania Barbosa (MDB) busca pela reforma da Pista do Skate, localizada na Pajuçara. O requerimento foi aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores e a proposta foi discutida com integrantes da Prefeitura, mas o início de uma obra na Praça do Skate e a pintura feita por um artista local na Pista do Skate, ambas na Pajuçara, causou alvoroço entre atletas e amadores do esporte, que desejam uma revitalização adequada e que atenda às necessidades dos skatistas.

Na última quinta-feira (21), a parlamentar foi até os dois pontos e conversou com skatistas e patinadores, que pediram um encontro com técnicos e responsáveis da Prefeitura, para tratar dos detalhes da reforma. Os skatistas alegam que pedreiros ou serventes da construção civil não são especialistas na área e que as reformas correm risco de erros viciosos. 

“O ideal é licitar uma empresa especializada na construção de pistas de skate e que conhece as dimensões exatas dos obstáculos, de modo que permitam tanto aprendizes quanto amadores a praticarem o esporte sem risco de acidentes. Mas esse tipo de projeto também exige participação de quem possui conhecimento rigoroso no esporte. As normas técnicas não são suficientes porque limitam a criatividade do projetista”, explica a vereadora.

Na Praça do Skate, por exemplo, os skatistas reclamam que o coping (barra de ferro ao redor da pista) ficou muito para fora, o que dificulta manobras para iniciantes. Ainda segundo skatistas, a elevação das rampas também é inadequada. Eles também reclamam que não há obstáculos suficientes nas pistas de skate da cidade e que alguns atletas tiram do bolso o dinheiro para construí-los, mas que mesmo assim, quando o fazem, a Prefeitura logo aprece para remover.

“A skatista Carla Karoline arrastou o nome de Maceió. Acabou de ganhar o primeiro lugar no campeonato nordestino e com apoio do pai. Nenhum dos obstáculos que ela aprendeu, assim como na Praça Vera Arruda, aqui do lado, não foi com um real da Prefeitura. Ao contrário, a Prefeitura foi lá e removeu, e de tanta insistência de os skatistas refazerem, acabou ficando. Tem que ter um skatista para explicar como deve ser feito, para a Prefeitura não fazer de qualquer jeito e achar que é assim,” opina Carlos Silva, skatista e morador da Pajuçara.

Os skatistas também explicam que o material usado na obra, o modo como será aplicado e até o acabamento, fará diferença no resultado das manobras e na segurança dos skatistas. “Pistas com pisos de concreto, como é o caso das pistas de Maceió, não devem ter espaços de dilatação entre as placas. Para isso são necessárias técnicas da construção civil que evitem rachaduras,” esclarece Silvania Barbosa.

A vereadora também lembra dos resultados do Brasil durante a última olimpíada, em Tóquio, durante as competições com skate, e ressalta que não adianta valorizar os atletas depois que eles alcançam resultados extraordinários. “O apoio precisa vir antes, na base. A gente precisa criar espaços de treinos, de competições e os atletas devem se sentir apoiados pelo poder público. Se queremos campeões, temos que apoiar. É para isso que temos secretarias estaduais e municipais do esporte e lazer. Estamos habituados a achar que somente o futebol merece patrocínio do poder público. Mas precisamos diversificar o destino da verba e direcionar para outros esportes, além de buscar junto com a iniciativa privada,” defende a vereadora.