Segundo a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Maceió (SMTT), cresceu o número de acidentes envolvendo bicicletas. Durante todo o ano de 2021 foram registrados 11 sinistros, um número 275% maior do que o observado durante o ano de 2020. Em ambos os anos não houve óbitos no local. Segundo a SMTT, todas as vítimas foram socorridas e levadas para as UPAs da capital ou para o HGE.

Os dados foram obtidos com exclusividade pela Kakau, plataforma digital de seguros liga e desliga, que revela uma frágil estrutura de ciclomobilidade na capital alagoana.

De acordo com estudos realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em conjunto com os técnicos da prefeitura e os próprios ciclistas, Maceió precisaria de cerca de 400 quilômetros de ciclovias. A necessidade é de 200 quilômetros de ciclofaixa, 200 km de ciclorrota e cerca de 50 quilômetros de calçadas compartilhadas.

Só que a realidade é bem diferente. Atualmente a cidade tem apenas 6 km de ciclovias, localizados na Rota do Mar (antiga Ecovia Norte), no bairro Benedito Bentes. E a Secretaria Municipal de Infraestrutura está trabalhando para o número melhorar.

11km de ciclovias

A Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol, vai ganhar 4,8 km de ciclovias. Já o Parque da Mulher, na Jatiúca, terá 755 metros. O que vai totalizar mais de 11 km de vias acessíveis para as bikes. Isso sem contar dos conjuntos habitacionais já entregues e em construção.

Sinônimo de uma vida mais sustentável, saudável e até divertida, apenas em Maceió são mais de 200 mil pessoas que usam a magrela para trabalhar ou estudar.

Associadas a uma vida mais saudável, sustentável e divertida, sem dúvidas as bikes ganharam o gosto dos brasileiros. Em 2021 houve uma redução de 2% no número de vendas em todo o país. Mas o número ainda é 48% maior em comparação ao início da pandemia. As estatísticas são da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas).

"E, com mais bicicletas nas ruas e uma infraestrutura que não acompanha o crescimento necessário para recebê-las, infelizmente a tendência é de vermos um aumento no número de sinistros envolvendo bicicletas”, explica o CEO da Kakau, Henrique Volpi.

Todo cuidado é pouco

Ao andar em estradas, ruas, parques ou ciclovias, é preciso se precaver. E, por mais atenção que se tenha, muitas vezes é difícil evitar o envolvimento em um acidente, seja com um veículo ou mesmo um pedestre.

“Por isso mesmo é necessário pensar na necessidade de contratação de um seguro para bicicletas tanto tradicionais quanto elétricas”, conta Henrique Volpi.

Pensando na segurança, Volpi enumera 3 cuidados importantes para evitar acidentes ao andar de bicicleta:

● Usar equipamentos de ciclismo que tornem o ciclista mais visível: O ideal é sempre vestir roupas de alta visibilidade da cabeça aos pés. De capacetes a camisas e equipamentos de perna e tornozelo, a cor precisa ser muito brilhante – de preferência fluorescente, que é duas a três vezes mais visível do que as cores normais.

● Não esquecer dos sinais manuais: É fundamental sinalizar cada movimento. Esta prática é obrigatória ao andar em grupo, mas precisa também ser feita ao andar sozinho ou com um parceiro. O principal é ser previsível, claro e oportuno em sua sinalização, apontando para a posição que se vai.

● Evitar grandes vias: Sempre que possível é bom evitar vias arteriais que movimentam grande volume de tráfego, têm várias faixas e velocidades máximas altas. O perigo é bem maior do que em ruas de menor movimento.