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Polícia Civil indicia 77 pessoas envolvidas em fraudes em concursos

Por Redação 18/05/2022 15h03
Polícia Civil indicia 77 pessoas envolvidas em fraudes em concursos

A Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) informou que 77 pessoas foram indiciadas no inquérito que investiga fraudes em concursos públicos pelo Brasil, alvos da Operação Loki, deflagrada em outubro de 2021, em Alagoas e mais três estados. Entre os suspeitos, estão os criminosos que integravam a quadrilha e os concurseiros que compraram os gabaritos com o objetivo de conseguir aprovação de forma ilegal.


O inquérito apontou que 20 candidatos utilizaram do esquema para tirar vantagem no concurso da Polícia Civil. Já 37 pessoas estão envolvidas em fraudes no concurso da Polícia Militar para soldado combatente, e 10, do mesmo concurso, para o cargo de Oficial. Mais seis concurseiros que tentaram se tornar soldado do Corpo de Bombeiros também foram alvos da investigação.


O grupo organizado atua há tempos no ramo. “É um grupo que, em 2017, já havia sido alvo da Operação Gabarito da Polícia Civil da Paraíba. Ele sofreu um grande abalo nessa primeira operação, porém, após ser solto, não se intimidou e voltou a praticar crimes. O grupo que identificamos agora é o mesmo que atua desde esse ano, e era coordenado, infelizmente, por um policial militar", disse o delegado José Carlos dos Santos, secretário de Gestão Interna da Secretaria de Segurança Pública (SSP).


MÉTODO - Os criminosos tinham um candidato que era o responsável de expor essa prova para o ambiente externo. O indivíduo se candidatava ao concurso e entrava em sala para fazer a prova. Esse falso candidato, levava uma prova antiga consigo e realizava a troca com a atual, que estava sendo aplicada aos candidatos. Com a justificativa de incontinência urinária, esse criminoso se deslocava até o banheiro, onde fotografava o exame e encaminhava ao ambiente externo, onde a prova era realizada por terceiros.

O candidato fraudador entrava com um ponto eletrônico durante a realização dos exames. Era uma espécie de celular ou relógio, que captava o sinal que vinha do ambiente externo. As respostas eram enviadas por ligação ou SMS. Eles também usavam um ponto eletrônico por onde eram repassadas as respostas do exame.


A PC-AL também destacou que a quadrilha atuou em concursos realizados por bancas da Cebraspe, Cesgranrio, FGV e outras bancas regionais. Com isso, 61 candidatos tiveram pedidos de afastamento dos concursos, e algumas pessoas teriam agido ilegalmente em mais de um certame.


"Os criminosos cobravam uma entrada para fraudar o exame, que poderia chegar ao valor de 10 mil reais. O preço variava de acordo com o grau do concurso. Portanto, não era um preço fixo. E o complemento era pago quando o candidato fosse aprovado ou tomasse posse. Esse preço poderia chegar ao valor final de até 100 mil reais", concluiu.

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