Alagoas
Justiça condena a 20 anos de prisão acusado de tentar matar a ex-esposa a facadas
Luiz Eduardo Gama atentou contra a vida da ex-esposa, Ana Cristina Argôlo, com golpes de faca na barriga
Luiz Edaurdo Gama foi condenado, nesta quinta-feira (2), a 20 anos de prisão pela tentativa de feminicídio contra a ex-esposa, Ana Cristina Argôlo Vilela, em Maceió, em 2014. Na ocasião, Luiz Eduardo desferiu diversos golpes de faca no abdômen de Ana Cristina. De acordo com a acusação apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPE), o condenado perseguia a vítima e chegou a oferecer suborno ao porteiro do prédio onde ela morava para ter acesso ao local. Luiz Eduardo não aceitava a separação do casal.
Durante todo o julgamento, a promotora pública Adilza Inácio de Freitas, que exerce suas atribuições na 42ª Promotoria de Justiça da Capital, reforçou a conduta agressiva do réu, que já tinha um histórico de violência registrado.
“Por reiterada vezes, ele agrediu a vítima, persegui-a constantemente e ficava na porta do condomínio dela para tentar se aproximar de alguma forma. O réu chegou ao ponto de oferecer suborno ao porteiro para entrar no residencial, mesmo sabendo que havia ordem judicial para impedi-lo de adentrar ao local. Ou seja, por nunca ter aceitado a separação, ele tornou a vida dela um verdadeiro inferno. Aliás, não somente a dela, mas como de toda a sua família”, detalhou a promotora, que contou com o auxílio de um assistente de acusação.
“Para se ter uma ideia da gravidade do comportamento de Luiz Eduardo, as ameaças se estendiam à irmã, à mãe, os filhos e outros parentes da vítima. A mãe da Ana, inclusive, fechou uma empresa que tinha por medo do agressor, além da família já ter mudado de cidade uma certa vez. Por diversos motivos, portanto, dentro da ação penal, foi provada a péssima conduta social do réu, o que culminou com a tentativa de homicídio, quando ele conseguiu colocar a Ana dentro do carro e desferir várias facadas contra ele, quase tirando a sua vida”, acrescentou Adilza Inácio de Freitas.
Para a acusação, o crime foi premeditado e executado com extrema audácia e frieza.
“Saiu de casa com a arma utilizada no crime já na intenção de tirar a vida da ex-companheira. A Ana Cristina sobreviveu, mas os traumas que ela vai carregar são irreparáveis. Ela desenvolveu crise de ansiedade, a filha ficou traumatizada e, até hoje, a mãe tem medo de ser assassinada”, completou a representante do MPAL.
A sentença
Por maioria de votos, Luiz Eduardo Gama Júnior foi condenado a 20 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, com a qualificadora que impediu a defesa da vítima. “Não há no mundo que justifique o atentado contra a vida humana, que é coisa séria e respeitável para ser exposta ao arbítrio de qualquer arrebetado”, argumentou o juiz Geraldo Amorim. O júri ocorreu na última quarta-feira (1).
*Com Assessoria
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