Alagoas

De janeiro a maio

Em Alagoas, número de gestantes infectadas com HIV já supera total de 2021

Segundo Hospital Helvio Auto, 2022 registrou 14 mulheres com a doença, contra 13 casos em todo ano passado

Por Redação 03/06/2022 14h02 - Atualizado em 03/06/2022 17h05
Em Alagoas, número de gestantes infectadas com HIV já supera total de 2021
Preocupação: algumas pacientes já chegam ao serviço num período próximo ao parto - Foto: Assessoria

Somente entre janeiro e maio deste ano, foram registrados 14 casos de gestantes infectadas com HIV, atendidas no Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEA), unidade assitencial da Universidade Estadual de Ciências da Sapude de Alagoas - Uncisal. O número é maior que o catalogado durante todo o ano passado, quando houve 13 mulheres com a doença. Ainda mais preocuprante para os médicos que trabalham no HEA é que algumas das gestantes infectadas já chegam ao serviço na iminência de dar à luz ao bebê, o que dificulta o atendimento profilático durante a gestação para que não aconteça a transmissão vertical, quando se dá de mãe para o recém-nascido.

Os números estão acima da média geral dos novos casos de HIV/AIDS atendidos no HEHA em comparação a 2021. Por todo ano passado, 352 novos casos de HIV/AIDS deram entrada no hospital, dos quais 13 foram gestantes. Já em 2022, de janeiro a maio, 142 novos casos começaram a ser acompanhados pelo hospital, dos quais, 14 são grávidas.

Os dados geram muita inquietação na equipe assistencial, uma vez que em alguns casos, as grávidas estão vindo com tempo de gestação superior a 36 semanas, (início do 9º mês), o que pode impedir que elas façam uso da medicação antirretroviral pelo tempo necessário para prevenir com sucesso a transmissão vertical do HIV para o bebê. Em alguns casos, a equipe do HEHA orientou pelo retardamento do trabalho de parto para que o tempo de ação da medicação tivesse o efeito esperado.

Pré-natal é imprescindível

Segundo Lygia Antas, coordenadora do Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Helvio Auto, é imprescindível que as gestantes façam o pré-natal correto para que em caso positivo, seja detectado o quanto antes: “É necessário que estas gestantes positivas sejam diagnosticadas precocemente, embora se for descoberto no momento do parto, há como fazer profilaxia com medicação injetável na gestante e assim que a criança nasce ela também começa a tomar medicação, e em nenhuma hipótese, amamentar”, explicou.

Passo a passo

No protocolo normal de um pré-natal feito pela Atenção Básica de Saúde (postos e programa de saúde da família) deve conter os testes para Infecções Sexualmente Transmissíveis, inclusive, o HIV. “Nós temos que reforçar a necessidade dos profissionais da Atenção Básica pedirem os exames no primeiro, segundo e terceiro trimestre da gestação, uma vez que os testes rápidos são disponibilizados pelo Estado aos municípios. Detectando a tempo e fazendo o acompanhamento devido, a criança nasce saudável sem o vírus do HIV”, concluiu Lygia Antas.

A presença de ISTs durante a gestação pode afetar a criança e causar complicações, como: abortamento ou natimortalidade, parto prematuro, doenças congênitas ou morte do recém-nascido. As gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda gestação e, se orientado pelo médico, também no momento do parto. O tratamento previne a transmissão vertical do HIV para a criança.

O recém-nascido deve receber o medicamento antirretroviral (xarope) e ser acompanhado no serviço de saúde. Recomenda-se também a não amamentação, evitando a transmissão do HIV para a criança por meio do leite materno.

*Com Assessoria

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