Alagoas

Por Sonegação Fiscal

MPE denuncia sete pessoas ligadas à sapataria

Segundo órgão, fraude de sonegação fiscal cometida pelo grupo chega a R$45.894.181,2631

Por Redação 09/06/2022 11h11 - Atualizado em 09/06/2022 11h11
MPE denuncia sete pessoas ligadas à sapataria
Polícia apreende documentos em uma unidade da sapataria em Alagoas - Foto: Anderson Macena/Ascom

Sete pessoas foram diretamente ligadas às Lojas Sapato's e acusadas de integrar uma organização criminosa (Ocrim) altamente especializada no cometimento de crime de sonegação fiscal em denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) na sexta-feira (3). 

Com valores corrigidos, o montante da fraude chega a R$45.894.181,2631 que deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos de Alagoas.

De acordo com o MPE, os sócios empresários Paulo Roberto Miranda Brandão e Iraci Gomes Brandão, além de Maira Gomes Brandão, Raissa Gomes Brandão, Tainá de Paula Gomes, Lucivaldo Lúcio Silva e Márcio Leandro de Lima Pires, são os denunciados e enquadrados nos crimes de Organização Criminosa, Sonegação Fiscal (de forma dolosa e contumaz) e Lavagem de Bens, dentre outros crimes ainda em apuração, sendo cada conduta individual identificada na peça acusatória.

O esquema


Dados enviados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE/AL) revelam que as 10 empresas, sediadas em Alagoas, que compõem o Grupo Econômico de razão social COMERCIAL MAGAZINE SAPATOS, possuem 100 (cem) ações de execução fiscal num período de sete anos (2012/2019), demonstrando claramente a contumácia dos investigados no inadimplemento do recolhimento do ICMS e, consequentemente, apropriação, por quase uma década de R$45.894.181,261, em valores atualizados e desviados da receita Estadual.

O promotor de Justiça e coordenador do Gaesf, Cyro Blatter, ressalta que os crimes cometidos pelos sete denunciados penalizam a sociedade alagoana.

“É evidente a gravidade das condutas praticadas, pois, sem o menor constrangimento, conscientes dos crimes que lhes são atribuídos, os investigados promovem concorrência desleal no mercado, considerando que se apropriam dos valores devidos a título de ICMS, tornando-os como “lucros” comerciais, o que permite melhor margem de negociação que seus concorrentes que cumprem suas obrigações com o Fisco, e dessa forma enriquecendo ilicitamente e apropriando-se de dinheiro que deveria ser destinado à sociedade alagoana e empregado pelo Estado em desenvolvimento social”, afirma Blatter.

A operação


No dia 10 de fevereiro de 2022, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Gaesf, com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e as Polícias Civil e Militar deflagou em Maceió a Operação Talaria com o intuito de desarticular uma organização criminosa cuja especialidade era a de cometer fraudes fiscais há pelo menos uma década.

À época, a 17ª Vara Criminal da Capital expediu 13 mandados judiciais de busca e apreensão em desfavor de Paulo Roberto Miranda Brandão, Iraci Gomes Brandão, Comercial Magazine Sapatos Ltda, PRM Participações Societárias Eirelli, PRMB Comercial, além de outras pessoas físicas. Eles seriam os responsáveis por um esquema especializado em sonegação fiscal cujos prejuízos eram superiores a R$ 45 milhões.

Para garantir o ressarcimento dos valores sonegados aos cofres públicos, o Gaesf solicitou ao Poder Judiciário, e teve o pedido acatado, o bloqueio de contas-correntes, bens móveis e imóveis de pessoas físicas e jurídicas investigadas.

*Com Assessoria

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