Alagoas
Boas práticas na avicultura já beneficiam mais de 200 produtores alagoanos
Iniciativas realizadas pelo Sebrae já chegaram a 32 municípios do semiárido alagoano via Programa AgroNordeste
A avicultura tem se tornado a principal fonte de renda para diversos produtores rurais do interior de Alagoas, após as consultorias técnicas realizadas pelo Sebrae no estado, especialmente na região do semiárido alagoano. Por meio do Programa AgroNordeste, 205 avicultores já foram atendidos pela instituição em um total de 32 municípios contemplados pelas ações desde 2016.
Consultorias técnicas e gerenciais, palestras (com temáticas técnicas, de mercado e sobre crédito), dias de campo, seminários, missões técnicas e caravanas foram algumas das iniciativas realizadas nas cidades de Delmiro Gouveia, Pariconha, Água Branca, Inhapi, Mar Vermelho, Arapiraca, Estrela de Alagoas, Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Isidoro, Monteirópolis, Olho D’água das Flores, Olivença, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Igaci, Palmeira dos Índios, Limoeiro de Anadia, Piranhas, Olho D’água do Casado, Poço das Trincheiras, Senador Rui Palmeira, Pão de Açúcar, Coité do Nóia, Maravilha, Dois Riachos, Carneiros, Craíbas, Girau do Ponciano e Mata Grande.
“Também promovemos acesso a feiras, rodadas empresariais, consultorias em educação financeira, diagnósticos territoriais e elaboração de manual de implantação de consórcios entre municípios”, pontua Pollyana Bellotti, analista do Sebrae Alagoas.
“Os resultados apontam para o aumento da produtividade e da rentabilidade dessa atividade após a implementação do processo de boas práticas nos aviários atendidos. Outro aspecto a ser ressaltado é a preservação ambiental como forma de contribuir com o bem-estar animal, conforme os relatórios das consultorias e o depoimento dos clientes atendidos”, completa.
No início do programa, em aproximadamente 50% das propriedades, a criação das aves se dava de maneira rústica, com pouca ou nenhuma tecnologia. Não havia preocupação com resultados econômicos, financeiros, zootécnicos e gestão. Mas esse cenário já começou a ficar no passado para muitos produtores rurais. É o caso da Ana Maria Lisboa, do Sítio Batatas, na zona rural de São José da Tapera.
Ela possui criação de frango de corte e galinhas poedeiras. Em 2017, quando começou a consultoria, o aviário possuía 268 aves de postura em início de produção e aguardava a chegada de um lote de 350 animais para corte. Por meio da consultoria do Sebrae, foi possível projetar que, de junho de 2020 a maio de 2021, com os manejos corretos, o acompanhamento e a aplicação das técnicas aprendidas, Ana Maria poderia alcançar uma receita de R$ 42.495 com a venda de ovos e carne de frango caipira – uma média de R$ 3.500 por mês com os dois produtos derivados de sua criação.
A partir da consultoria foi possível aumentar a produção de ovos e Ana Maria resolveu diversificar a produção utilizando o excedente na confecção de bolos, doces e salgados, incrementando ainda mais a renda de sua propriedade. “Melhorou muito. Antes a gente não sabia como cuidar da produção. Morriam muitos pintinhos, a perda era muito alta. Aí aprendemos a cuidar, dar remédio e a ração da maneira correta”, conta a produtora rural.
Ela relata que desconhecia coisas simples na criação das galinhas, a exemplo da troca da água. “Como aqui na região é muito quente, a água tem que ser trocada para ficar sempre fresca. Eu não fazia isso e as galinhas adoeciam”, relembra Ana Maria.
Acompanhamento técnico
José Cosmo da Silva também viu sua criação de galinhas dar um salto considerável de qualidade. Ele vive da agricultura “desde que se entende por gente”, como ele mesmo diz. Filho, neto e bisneto de agricultores, ele nasceu e foi criado no Sítio Serra da Lagoa, na zona rural de Santa do Ipanema, Alto Sertão de Alagoas. Lá, ele cultiva milho e feijão, além de frutas como mamão e limão.
A criação de galinhas de capoeira para o consumo da família é algo comum nas zonas rurais de todas as regiões. Mas a avicultura profissional, com o implemento das técnicas corretas e das boas práticas no segmento, mostrou a José Cosmo o caminho do empreendedorismo e a garantia de uma renda com a qual ele não contava.
“Agora, com o acompanhamento dos técnicos do Sebrae, é outra coisa. Aprendemos a forma adequada de criar a galinha caipira. Foi uma mudança grande. Uma coisa é você criar sem conhecimento, outra coisa totalmente diferente é você ter o acompanhamento técnico”, diz ele.
Ele começou com a avicultura de corte e criava as galinhas em uma casa de taipa. Agora tem seu aviário construído dentro das especificações técnicas. Aprimorou as técnicas de manejo do seu plantel, implantou um sistema de gestão e acompanhamento de indicadores e viu a sua produção crescer.
Se antes ele acumulava prejuízo mensal, após dominar o manejo do aviário, o produtor visualizou que poderia obter um fluxo de caixa mensal de R$ 1.320. Após a consultoria técnica do AgroNordeste, o aviário de José Cosmo pulou de 60 dúzias de ovos por mês para 450 dúzias no mesmo período – um aumento real de 650%.
Sobre o AgroNordeste
Além da avicultura, outros segmentos também são assistidos pelo Programa AgroNordeste, como a apicultura, caprino de leite, fruticultura e horticultura. O público atendido é formado por produtores da agricultura familiar que se enquadrem no perfil de até R$4.800.000,00 ao ano localizados na região do semiárido.
O respeito ao saber popular e preservação do bioma Caatinga, a difusão de tecnologias de gestão e de boas práticas de convivência com o semiárido alagoano junto aos produtores rurais, são alguns dos resultados esperados com o programa, que visa contribuir com a verticalização da produção e viabilizar os sistemas do setor rural.
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