22 de dezembro: Paris, 1894, começa um julgamento que sensibilizará a Europa
22 de dezembro de 1894 – Tem início o julgamento do Caso Dreyfus, envolvendo um oficial francês de origem judaica, acusado sem provas de passar documentos secretos ao exército alemão. Alfred Dreyfus, capitão exemplar, engenheiro militar, foi injustamente processado por traição com base na convicção de seus acusadores de que, por ser judeu, daí “apátrida”, seria antifrancês e o responsável pelo vazamento de um projeto secreto. O caso sacudiu a França e boa parte do mundo ocidental por conta de ser uma acusação apoiada apenas no preconceito racial, num antissemitismo explícito.
Nesse primeiro julgamento, ele foi condenado à prisão perpétua, a ser cumprida na tristemente famosa Ilha do Diabo, situada na Guiana Francesa. O jovem oficial foi degradado publicamente das insígnias militares antes de ser enviado à prisão, onde ficou por oito anos, até – por conta de uma longa campanha de protestos – o caso ter uma reviravolta e a sentença ser revista depois da identificação do verdadeiro culpado. Com sua inocência comprovada, Dreyfus voltou ao Exército e lutou pela França na I Grande Guerra Mundial. Morreu em 1930, como herói e símbolo de resistência e vitória contra uma acusação injusta.
Um dos jornalistas que cobriu o caso, Theodor Herzl, judeu austro-húngaro, de tendência socialista, impressionado com o antissemitismo do caso, passou a defender a criação de um país específico para o povo judaico e, em 1895, publicou “O Estado Judeu”, livro que impulsionou o movimento sionista – mas aí é outra história.
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