Tic Tac Tic Tac / Por Enio Lins

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O bolsonazismo não acabará em 1º de janeiro

Por Enio Lins 30/12/2022 09h09
O bolsonazismo não acabará em 1º de janeiro

Nas suas derradeiras 24 horas, o desgoverno bozonazi não pode ser considerado, nem tão-cedo, como uma múmia de museu. O bolsonarismo é um vírus resiliente por corresponder ao que de pior existe na humanidade, tem ressonância no âmago de milhões de pessoas, independentemente do que o famigerado mito diga, ou faça. O bolsonarismo é o penico da alma, está sempre cheio de dejetos, e a coprofilia é fenômeno real.

É erro de avaliação julgar o bolsonarismo em crise porque o mito está em crise e se esvai em lágrimas há 60 dias. O bolsonarismo não está depressivo nem verte uma lágrima sentida, e sim se dedica há sessenta dias a fazer o mal, a prejudicar o próximo, a melar a imagem do país. O bolsonarismo trabalha pela subversão, espalha a indisciplina nos meios militares, afronta a hierarquia, tenta destruir o Estado de Direito Democrático.

Corrente de posicionamento de extrema-direita, o bolsonarismo se apoia mais no crime organizado que em quaisquer teorias. Nem o finado Olavo de Carvalho, pseudointelectual, doutor da ignorância e das frases-feitas, jogou papel realmente importante no pensar do rebanho do Jair, nem no raciocínio do próprio mito ou dos mitos-juniores. Pensar não é a praia deles. Teorias existem por lá, sim, mas são supérfluas, vale mesmo a garantia de privilégios, grana no bolso e impunidade.

Esses valores do bolsonarismo seguem firmes, unindo numa corrente de ação muita gente espalhada por todos os cantos do País. Essa teia do mal não vai se desfazer com a posse de Lula e Alckmin no primeiro dia de 2023. O espectro do crime organizado, o terror e a covardia bolsonarista seguem à espreita, prontos para um bote. Nunca imaginem que a guerra contra o golpismo e o autoritarismo acabou. Não confundam a faixa verde-amarela cingida por Luiz Inácio Lula da Silva como o resultado de um campeonato ganho e findo. A luta continua e, talvez, num patamar mais perigoso ainda.

Um dos pilares do bolsonarismo, o principal deles, é a impunidade. Ser impune é coluna de sustentação do rebanho do Jair, montada em paralelo com o pilar da covardia. A pilastra da impunidade precisa ser a primeira a ser quebrada, e imediatamente, pois quanto mais tempo se mantenha em pé, mais males o bolsonazismo causará ao País. A punibilidade precisa abrir as asas sobre as mentes pensantes e mãos executantes dos crimes urdidos por, e em prol de, Jair B.