O papel e exemplo histórico da Justiça brasileira
O mundo gira, a fila anda, e os processos vão se encorpando contra um bocado de bolsonaristas responsáveis pelo domingo de terror, vandalismo e tentativa de golpe de estado. Não se pode perder tempo, mas também não é possível fazer as coisas com aperreio.
Rapidez, eficiência, rigor, dureza – e coragem – são algumas das principais atitudes nessa hora de afirmação do Estado Democrático de Direito, pois esse é o momento histórico mais importante desde que Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, como presidente do Brasil, encerrando o clico danoso de 21 anos de ditadura militar.
Nem o estresse registrado quando da decisão se Sarney, vice-presidente eleito, tomaria posse no lugar do presidente Tancredo (à beira da morte) – discussão jurídica cercada pela pressão da extrema-direita militar contra a Redemocratização –, em 1985, trouxe tanto perigo e tanta ignomínia ao País como os vagabundos ensandecidos do 8 de janeiro de 2023.
Inquéritos e processos precisam correr com agilidade, mas com segurança absoluta em todos os passos. Procedimentos perfeitos para resultarem em condenações perfeitas, irrecorríveis. A PGR denunciou formalmente as primeiras 39 pessoas pela depredação em Brasília e pediu o bloqueio de bens e valores na ordem de R$ 40 milhões nas contas dos responsáveis pela organização e financiamento do ato de terror.
Prender e cobrar a conta (em dinheiro) têm de ser ações sincrônicas, pois essa modalidade de crime organizado inexiste sem financiamento pesado. Toda manifestação nazifascista, todo gesto autoritário de massas, toda tentativa de golpe, invariavelmente possui uma poderosa articulação financeira por trás. O rabo cheio de grana é regra para essa turma.
Uma boa investigação seguindo o dinheirão terrorista, inclusive, pode levar à fontes pagadoras além dos presumíveis empresários fascistoides, alguns já identificados. Quem sabe as milícias e outros formatos do crime organizado não serão encontrados ao final do fio?
Mais uma vez, parabéns à Justiça brasileira. Não é perfeita, como nenhuma instituição humana o é, mas está sendo perfeita neste momento de extremo perigo que o Brasil está passando, ao agir com firmeza, coragem, agilidade e, algo tão óbvio quanto essencial (visto o malfeito pela quadrilha lavajatista), atuando estritamente dentro da lei, seguindo rigorosamente a Constituição. De novo: Viva à Justiça brasileira!!!
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