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Farmacêutico fala sobre o controle das infecções no ambiente hospitalar

Por Redação com assessoria 15/05/2023 11h11
Farmacêutico fala sobre o controle das infecções no ambiente hospitalar

O dia 15 de maio foi escolhido pela Lei nº 11.723/2008 como dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, cujo objetivo é conscientizar autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle dessas infecções adquiridas no ambiente hospitalar. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que cerca de um milhão de pacientes morrem anualmente em decorrência de infecções hospitalares no mundo. No Brasil, a taxa de pacientes que adquirem infecções no hospital chega a 14%.

As mãos dos profissionais de saúde são consideradas o principal meio de transmissão de micro-organismo em ambiente hospitalar. Outros fatores como doenças preexistentes, o uso de medicamentos, estrutura hospitalar deficiente ou mal planejada, visitas e inadequação das normas de limpeza também podem contribuir para a infecção.

Anderson Vasconcelos, farmacêutico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Veredas, esclarece que fazem parte do grupo de risco para infecções multirresistentes por uso de medicamentos, em especial de antibióticos, o paciente que fez uso recente deste tipo de medicamento, se teve algum internamento recente, se tem comorbidade, se faz uso de Home Care ou mora em casa de acolhimento para idosos.

“Estes são fatores de risco para infecção multirresistente uma vez que são paciente imunodeprimidos, por isso é importante que o médico faça uma prescrição individualizada, promova o uso racional de antibióticos e que se tenha uma rotina laboratorial de confiança para que seja adotado o melhor tratamento para o paciente”, disse.

De acordo com o farmacêutico, as principais infecções hospitalares são pneumonias associadas à ventilação mecânica, infecções de corrente sanguínea, de trato urinário e de sítio cirúrgico. Nestes casos, os profissionais de saúde devem seguir os protocolos para diminuir os riscos das infecções. “O maior problema são as bactérias gram-negativas que apresentam uma resistência muito grande aos antibióticos”, falou Vasconcelos.

Anderson Vasconcelos pontua que o aumento da resistência antimicrobiana continua a ser uma crise global. Coletivamente, patógenos resistentes a antimicrobianos causaram mais de 2,8 milhões de infecções e mais de 35.000 mortes anualmente de 2012 a 2017, de acordo com o Relatório de Ameaças da Resistência a Antibióticos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de 2019 dos Estados Unidos.

Segundo ele, o profissional farmacêutico tem um papel essencial no acompanhamento do tratamento do paciente. “A gente analisa se a prescrição está de acordo com o foco da infecção, faz o acompanhamento de antibiograma e do hemograma para ver se o paciente está evoluindo no antibiótico terapia, analisa a posologia do medicamento e faz a intervenção necessária junto ao prescritor quando houver necessidade”.

O farmacêutico lembra que a infecção hospitalar tem origem multifatorial, sendo assim, para preveni-las é essencial um conjunto de práticas que devem ser seguidos rigorosamente por todos os colaboradores, inclusive por aqueles que não tem contato direto com o paciente. “O exercício do controle de infecções hospitalares é uma manifestação da excelência de um serviço, então, uma instituição que zela pelo controle das infecções hospitalares oferece um serviço de melhor padrão aos seus usuários”, finalizou, o especialista.