Cateterismo pediátrico: crianças também podem se beneficiar de procedimentos modernos minimamente invasivos
Neste dia 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração e, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem ao ano com problemas cardíacos no Brasil. Aproximadamente, 40% delas vão precisar ser submetidas a algum tipo de cirurgia ainda no primeiro ano de vida, o que representa cerca de 12 mil pacientes na cardiologia.
Mas, antes mesmo de se falar em procedimento cirúrgico, muitos dos pequenos pacientes cardiopatas são encaminhados para exames de hemodinâmica, mais conhecidos como cateterismo, essenciais para informações precisas sobre a anatomia cardíaca, pressões e fluxos sanguíneos.
Apesar de ser mais conhecido entre pacientes adultos, o procedimento é realizado, sim, em crianças e até em bebês com poucos dias de vida, a depender da necessidade.
O médico hemodinamicista da Cordial Sociedade Beneficente do Coração de Alagoas, Rafael Cavalcanti, explica quando o procedimento é indicado. “O cateterismo cardíaco é um exame em que se realiza a passagem de uma sonda (catéter), através de uma picada de agulha na pele. Em crianças geralmente é realizada pela femoral (região da virilha), navegando-se o catéter até o coração para o devido estudo de suas estruturas. Este exame é indicado para investigar ou planejar tratamento de doenças cardíacas congênitas, ou seja, presentes desde o nascimento, como defeitos gerando comunicações ou obstruções no coração”, detalhou o médico.
Este ano, 25 pacientes atendidos pela Cordial na Casa do Coraçãozinho foram submetidos ao cateterismo, entre bebês de apenas um mês de vida a adolescentes de 14 anos de idade, moradores de Maceió e de várias outras cidades do interior de Alagoas. “Não há uma idade mínima estrita para o cateterismo em crianças, pois isso depende da condição clínica e da necessidade médica de cada paciente. A decisão de realizar o procedimento é tomada após uma avaliação minuciosa da equipe médica, em especial, do cardiologista pediátrico”, ressaltou Dr. Rafael.
Na maioria dos casos, após o procedimento, a recuperação é rápida e as crianças podem retomar às atividades normais.
Mas, apesar de ser um exame realizado até mesmo em bebês, há algumas contraindicações. “O exame é contraindicado para quem tem a presença de infecções ativas, alergias graves ao contraste usado durante o procedimento ou problemas de coagulação não controlados, que podem aumentar o risco de complicações”, explicou Rafael Cavalcanti.
Os dados fornecidos por um exame como o cateterismo são cruciais para planejar o tratamento dos pacientes cardiopatas, seja por meio de cirurgia cardíaca, tratamentos com medicamentos ou outros tipos de intervenção.
“A Casa do Coraçãozinho possibilita esse tipo de atenção especializada do diagnóstico ao tratamento das cardiopatias congênitas, sendo ofertadas possibilidades terapêuticas das mais avançadas da atualidade. Diversos pacientes já foram beneficiados com estes procedimentos minimamente invasivos, como oclusão de comunicação interatrial, angioplastia ou oclusão de canal arterial, valvoplastias, entre outros”, destacou o médico especialista.
Casa do Coraçãozinho
Em funcionamento desde dezembro de 2016, a Casa do Coraçãozinho é o Centro de Referência em cardiopatia congênita de Alagoas. A Casa é gerida pela Cordial Sociedade Beneficente do Coração de Alagoas e atende 100% pelo SUS.
A Casa do Coraçãozinho realiza consultas ambulatoriais, exames como Ecocardiograma, Eletro e raio-X, procedimentos em hemodinâmica como cateterismo, e cirurgia cardíaca em crianças cardiopatas. Além disso, conta com uma estrutura composta por consultórios médicos, brinquedoteca, área de treinamento para pediatras e cardiopediatras, auditório e um espaço de acolhimento para que as famílias do interior possam, quando precisar, ter um local para se acomodar.
Na Casa do Coraçãozinho é oferecido tratamento integral e humanizado através de uma equipe multiprofissional composta por cardiologistas, pediatras, psicólogos e assistentes sociais, entre outros profissionais a serviço da população carente de Alagoas.
As crianças e adolescentes com cardiopatias congênitas são encaminhadas para a Casa do Coraçãozinho pelo SisReg (Sistema de Regulação de Procedimentos) ou pelas secretarias municipais de saúde das prefeituras alagoanas.
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