O varejo será obrigado a se reinventar, mas já sabe qual caminho tomar
Visando encontrar formas de economizar nos custos e, cada vez mais, ampliar a sua rentabilidade, o varejo tem pela frente um complicado desafio para se manter lucrativo nos próximos anos. O grande mistério passa a ser como o setor estará empenhado em desvendar as maneiras de ser mais produtivo, sem que seja necessário alocar mais recursos. É o famoso fazer mais com o mesmo.
Até porque, uma margem maior de retorno é o grande foco do setor varejista. Tendo em vista que este montante está atrelado ao custo do produto, que por sua vez não será alterado de uma hora para outra pelo fornecedor e que está cada vez menos dando margens de negociação, somado ao gasto da operação, torna-se evidente que a única maneira de aumentar a lucratividade é aprimorando a eficiência operacional.
Em outras palavras, o varejo tem para si a difícil missão de maximizar a produtividade e assegurar a excelência nas operações diárias, de forma a ter uma redução de custos feita de forma “inteligente”.
Aqui vale o alerta que, muitas vezes, a supressão de custos no Brasil acaba sendo entendida como um sinônimo de redução de mão de obra. No entanto, entendo que já não há mais espaço para a diminuição de equipes operacionais. Com cada vez mais o cliente desejando contar com serviços de melhor qualidade e agilidade, somente uma mão de obra suficiente e qualificada é capaz de prover.
Diante dessa evidência, fica clara a necessidade de renovação para os varejistas garantirem maior rentabilidade em suas operações. E a receita para isso já é conhecida de antemão: a tecnologia. Através de uma série de possibilidades, a digitalização e automação de processos está consolidada como um auxiliar fundamental na busca por uma mão de obra mais eficiente.
Enquanto por muito tempo tal relação era vista apenas como algo estratégico, atualmente já é imprescindível que o varejo tenha à sua disposição tecnologias capazes de trazer agilidade e assertividade às atribuições de seus profissionais.
Um exemplo que pode ilustrar melhor a situação é a dor relacionada à armazenagem das mercadorias. Hoje, graças ao auxílio da tecnologia, é possível que os varejistas atuem de forma precisa tanto com relação aos produtos expostos nas gôndolas, quanto na presença do estoque da loja. Sem o uso dessas ferramentas tecnológicas, a eficiência dos dois aspectos vive constantemente comprometida, gerando excessos e deficiências altamente comprometedoras à lucratividade do negócio.
Indo mais além, o uso da tecnologia é responsável ainda por trazer uma nova dinâmica à dificuldade latente da área em acompanhar as tendências e o comportamento do consumidor. Por meio de sua contribuição, os lojistas passam a contar com dados substanciais para entender quais efetivamente são os novos interesses e desejos por parte da clientela.
Diante das notáveis transformações que permeiam o segmento varejista, é inegável que o aumento da produtividade e a eficiência operacional, sem que isso acarrete em custos adicionais ou comprometa ainda mais a já reduzida mão de obra, é um desafio e tanto. Apesar da magnitude da tarefa, fica claro que a tecnologia emerge como uma poderosa aliada na empreitada. Com a trama e seus protagonistas devidamente apresentados, resta-nos aguardar ansiosamente os desdobramentos dos próximos capítulos. A esperança é por um desfecho positivo que beneficie a todos os envolvidos.
*Carlos Wayand é CEO da Mob2Con, principal plataforma de inteligência de dados para a eficiência operacional do varejo.
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