Empresas que investem em programas de inclusão demonstram responsabilidade social
Responsabilidade social é um termo bonito de se falar, mas nem sempre é fácil vê-lo sendo colocado em prática. Em minha atuação no Movimento Eu Visto o Bem, observo que escolher ter responsabilidade social e impacto efetivo nas ações é algo para poucos gestores, os melhores, aqueles que, ao terem em mãos um orçamento anual, decidem usar a oportunidade não apenas para atingir metas, mas para curar uma dor social. Vejo que muitas empresas têm lindos discursos sobre mudar o mundo, mas nem sempre ajudam nesta tarefa mesmo quando poderiam.
Vou dar um exemplo concreto. Quando uma empresa decide comprar 200 camisetas ou ecobags pelo Movimento Eu Visto o Bem, ela garante mais um mês de emprego, renda e ressocialização para duas mulheres que buscam uma segunda chance para mudar a vida dela e de seu entorno. E isso significa gerar impacto positivo não apenas para essas mulheres e suas famílias, mas para toda a sociedade, já que estamos falando de menos reincidência criminal, mais crianças sendo criadas pelas próprias mães e menos gastos governamentais na manutenção dessas mulheres na prisão. Até agora, 600 mulheres já foram ressocializadas pelo Movimento, que tem quatro núcleos produtivos.
Além disso, quando uma empresa decide apoiar um programa de inclusão como o nosso, também ajuda o meio ambiente, já que 100% dos produtos do Movimento Eu Visto o Bem têm origem circular, de forma que é possível rastrear integralmente a origem da matéria prima. Esses produtos contam com a certificação Lixo Zero, um produto do Instituto Lixo Zero Brasil validado pela Zero Waste International Alliance. Trata-se de uma certificação inédita para o mercado têxtil e agrega um valor muito forte por conta da conservação de recursos naturais. Ou seja, estamos falando de princípios ESG na prática.
Perceba que quando um gestor escolhe investir o budget em um fornecedor sem qualquer procedência, ajuda a impulsionar o mercado que deixa resíduos no meio da rua, estampa produtos com tinta tóxica, emprega com jornadas exaustivas e remuneração injusta, usa matéria prima de recursos não renováveis. Ou seja, é o contrário da responsabilidade social que muitas vezes uma empresa prega.
É preciso alinhar belos discursos com a prática para que resultados efetivos aconteçam. É preciso enxergar que as vantagens de escolher investir com responsabilidade social são muito maiores do que parecem inicialmente. São muitas as empresas com potencial de contribuir efetivamente com a diminuição da criminalidade, com a geração de renda para quem tem pouca empregabilidade e com a preservação do meio ambiente. Que cada uma delas possa fazer sua parte na busca por um futuro melhor. Basta sair da teoria e partir para a ação!
* Roberta Negrini é figura influente nos setores da moda, inclusão social e negócios de impacto.
últimas
-
ALAGOAS
Maceió avança com obras para fazer do Porto referência turística e cultural
-
CLIMATEMPO
Alagoas enfrenta ventos intensos até este domingo
-
As Teorias de Crescimento Econômico: Interpretações para o Crescimento Sustentável em Alagoas
-
POLÍCIA
Primos são presos com artefatos explosivos após denúncia no bairro de Santa Lúcia
-
SAÚDE
Governo processa 17 planos de saúde por cancelamentos unilaterais