Wadson Regis

* Este texto não reflete necessariamente a opinião do Em Tempo Notícias

Os “cegos” da política precisam enxergar que não há mais como fechar os olhos para o crime do pós enchentes

07/05/2024 07h07
Os “cegos” da política precisam enxergar que não há mais como fechar os olhos para o crime do pós enchentes

A tragédia no Rio Grande Sul é sem precedentes. Dezenas de mortos, centenas de desalojados e desabrigados.

O que fazem, como fazem, porque fazem e como agem os políticos que se recusam a atuar para evitar tantas outras tragédias? Pelo prisma das enchentes a atuação deles deve ser vista como um crime sem precedente na política mundial. O Brasil é um país de políticos covardes (vênia para as exceções).

Vou citar apenas 4 exemplos de falas de personagens que, ao longo do tempo, amparados por suas funções e posicionamento no Congresso, ministérios e na presidência, traduzem o que são.

As frases abaixo são com base no que está acontecendo no Rio Grande do Sul.

- “Não temos direito de continuar falhando”, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança de Clima;

- “É preciso que a gente comece a ficar preocupado em cuidar do planeta terra, com muito mais carinho e muito mais amor”, Lula, presidente do Brasil.

- “São muito impactantes os vídeos da calamidade no RS. As imagens que recebi do ministro Renan Filho, que integra a força tarefa federal, dão uma ideia da gravidade única que enfrentam nossos irmãos do Sul. Além da solidariedade e da ação pontual, o Brasil precisa investir na preservação dos acidentes climáticos”, Renan Calheiros, senador.

- “O ex-governador e ministro Renan Filho sabe que nós, em Alagoas, sofremos com uma enchente muito dura no ano de 2010, que afetou toda parte da mata de Alagoas, já vindo com seu rescaldo de Pernambuco. E ações de prevenção ainda carecem que aconteçam em Alagoas, como no Rio Grande do Sul, que há seis meses teve uma e agora teve outra e se nós não cuidarmos daqui a seis meses outras. Então o Congresso Nacional tem que atentar para esta legislação, sem apontar dedos. Quando a gente aponta um tem 4 em nossa direção”, Arthur Lira, presidente da Câmara Federal.

Vamos aos fatos:

- Marina confirma a falha (crime) do sistema político dominante no país.

- Lula, como sempre, fala do daqui pra frente. O passado, neste tipo de caso, parece ser utopia.

- Renan rotula a tragédia no Rio Grande do Sul como sendo de gravidade única (meu Deus!) e que o Brasil precisa investir na preservação dos acidentes climáticos. Ele só não diz que sua cidade natal (Murici), sofre com enchentes desde 1914. Também houve enchente em 1941, 1969, 1988, 1989, 2000, 2010, 20122 e 2023. Detalhe: o quintal da casa dos Calheiros, em Murici, é o Rio Mundaú.

- Já Arthur Lira, disse que ele e o ministro Renan Filho sabem que os alagoanos sofrem com as enchentes, mas lembrou, apenas, da de 2010 e que ações de prevenção ainda carecem que aconteçam em Alagoas. Foi omisso, porque nada aconteceu e não acontecerá para evitar uma nova tragédia no próximo inverno.

1914, 1941, 1969, 1988, 1989, 2000, 2010, 2022 e 2023. Não sei se o povo ribeirinho aguentará calado mais uma tragédia.



Os “cegos” da política precisam enxergar que não há como fechar os olhos para o crime do pós enchentes