Wadson Regis

* Este texto não reflete necessariamente a opinião do Em Tempo Notícias

Em Eldorado do Sul (RS), água baixa e revela sinais de uma cidade que nunca mais será a mesma. É sobre isso que tenho falado para Alagoas

13/05/2024 07h07 - Atualizado em 13/05/2024 11h11
Em Eldorado do Sul (RS), água baixa e revela sinais de uma cidade que nunca mais será a mesma. É sobre isso que tenho falado para Alagoas

Em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a ajuda chega em carros de guerra.

Nesta sexta-feira (10), as águas baixaram em Eldorado do Sul, revelando sinais de uma cidade que nunca mais será a mesma. O pátio do Detran ressurgiu como um cemitério fantasma. Carros, ônibus e caminhões: agora são sucata. Alguém circula em uma rua seca e arrasada. Em outras, ainda tem água pelas canelas, pelos joelhos e pela cintura. Gente vagando em busca do que sobrou.

O autônomo Paulo Moacir entrou na casa dos filhos. Recuperou uma TV e resgatou dois passarinhos e uma tartaruga. "Resgatar as coisas que deu, tentar. Está tudo perdido, né. Aqui não recupera nada mais", diz ele.

Mas a chuva voltou e a temperatura caiu. Em Porto Alegre, voluntários correram contra o tempo para levar gente isolada até lugares secos e aquecidos. Um homem na cadeira de rodas estava no oitavo andar. Foi carregado pelas escadas e retirado de barco. O casal de idosos aceitou a ajuda, e ela quer ter certeza de que seguem juntos. "Tem uma senhora de idade aqui também. Ela não quer de jeito nenhum. Eu também não vou sair por causa dos bichinhos", diz ela.

O texto acima está publicado na página do globo.com, que reproduziu trechos de reportagem veiculada no Jornal Nacional de ontem.

AGORA VAMOS NÓS

Estarrecido, o povo brasileiro volta a assistir o mesmo tipo de tragédia que, há décadas, castiga o país. O que vem sendo feito é muito pouco para evitar essas perdas irreparáveis. No caso de Alagoas é um NADA (em letras garrafais) que machuca muito mais. Nosso estado tem, ao longo das mesmas décadas, revelado presidentes do Brasil, do Senado, da Câmara e um magote de ministros de Estado e até da Justiça.Estamos só, irmãos alagoanos. Eles nos veem, mas criminosamente olham para o outro lado, quando precisam resolver. Sobrevoar as tragédias e encenar o sentimento de solidariedade, culminando com os pedidos de ajuda é ainda pior. As eleições estão aí, batendo à porta. Antes dos beijos e abraços, antes que você seja chamado (a) pelo nome, olhe bem no focinho do "político graúdo" que aparecer à sua frente. Assim como Eldorado do Sul (RS), Branquinha e Murici, por exemplo, não são mais as mesmas.

Em tempo> não é preciso comparar as imagens de uma mesma tragédia. Chega de sofrimento.