Wadson Regis

* Este texto não reflete necessariamente a opinião do Em Tempo Notícias

Seguidas enchentes não devem ser vistas como “desastre natural”, mas como ocorrência policial

19/05/2024 12h12
Seguidas enchentes não devem ser vistas como “desastre natural”, mas como ocorrência policial

Motorista alcoolizado bate com o carro e tira a vida de inocente (s). Isso não pode ser considerado como um acidente de trânsito. É uma ocorrência policial.

Operador do Direito (advogado, promotor, juiz, desembargador, ministro) flagrado ajudando o crime não deve ser penalizado por má conduta. É uma ocorrência policial.

Político condenado por malversação do dinheiro público não deve apenas perder o mandato. É uma ocorrência policial.

Da mesma maneira a inércia, o negacionismo, o oportunismo, a desfaçatez, o cinismo e a covardia dos que se aproveitam com a seca nos sertões da vida e com as seguidas enchentes não podem ter o nosso silêncio, como aval. Estamos diante de seguidas ocorrências policiais sem nem um BO registrado.

São 4 péssimos exemplos de ocorrência policial que, de alguma forma, têm beneficiado o infrator.

Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos (1981-1989), tem razão: “Não espere que a solução venha do governo. O governo é o problema”.

E, para piorar, a imprensa brasileira, conivente desde sempre, segue firme com a estratégia de desinformar a população a cada ocorrência. Dados oficiais do Governo federal apontam que, só nos últimos 11 anos, o país gastou R$ 485 bilhões com o que a mídia chama de “desastre natural”. E, para florear, publicam que “obras emergenciais têm mais investimento que prevenção de tragédias”. (Vênia às exceções)

Alagoas, finalmente, dá os primeiros passos para que as benditas barragens saiam do papel. Um dos projetos está no PAC 3. AMÉM, Paulo Dantas.



Pernambuco, logo após a enchente de 2010, fez projeto, mobilizou a bancada e já tem uma barragem pronta e oito em construção, com recursos federais. Alagoas, com seus ministros, senadores influentes e o presidente da Câmara – NOTA 0.

Desastres não podem, nem devem, ser naturalizados