A adaptação de um dos livros mais lidos do mundo foi encenada na noite da última segunda-feira (14) no palco do Teatro Gustavo Leite, durante a programação da 10ª edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas. A peça O Diário de Anne Frank mobilizou centenas de visitantes do maior evento cultural e literário do estado, que fizeram fila logo cedo e lotaram o Teatro.

Na plateia, muita gente que já tinha lido o livro, como as amigas Maria Gabriela Acioli, 12, Lorena Eduarda Vieira, 13, Ludmila Nascimento, 13, e Ana Luíza do Vale, 13. A mãe da Maria Gabriela, a enfermeira Renata Acioli, contou que elas leram o livro em uma atividade escolar e a professora pediu que fossem ver a peça.

A história de Anne Frank é real e tem como base o seu diário, onde ela relatou os horrores do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. A peça começa com Anne aos 13 anos, na época em que passou escondida no sótão, com a família. As impressões da menina diante da guerra, do confinamento com sua família, dos medos e da fome são apresentadas ao público.

Mas mesmo diante de tantas dores, a jovem é uma inspiração e expressa pequenas alegrias ao longo de sua jornada, deixando uma mensagem de esperança. “Por mais que tenham ditadores no mundo, gente que queira oprimir os povos, eles não vão conseguir. A humanidade não aceita isso. A Anne Frank fala isso, que o ódio está vencendo o amor e isso não pode acontecer. São falas muito atuais”, contou o diretor e produtor Muro Braga.

História de Anne Frank no Teatro Gustavo Leite (Foto: Renner Boldrino)Um dos questionamentos de Anne Frank que mais se destaca para Braga é quando ela pergunta por que usar o dinheiro em uma a guerra, enquanto o recurso poderia ser utilizado na ciência médica e em benefício dos artistas. “Uma outra frase contundente dela diz que apesar de tudo, ela acreditava na bondade humana”, completou o diretor.

Equipe do espetáculo

A história foi encenada pelo Grupo Cena Livre, que fez a montagem pela primeira vez em 2015. Atualmente, integram o elenco da peça os atores Guiex, Isabelle Xisto, Izabella Cardoso, Lidiane Amorim, Lucas Carvalho, Marina Sales, Patrícia Lyra, Rei Tito e o ator convidado Chico de Assis.

Também participam da montagem a assistente de produção e contrarregra Camila Moranelo, a iluminadora Milena Brandão, o sonoplasta Henry Omena e a música original é de Nando Oliver.

50 anos de trabalho pelo teatro alagoano

Esse ano, Mauro Braga comemora cinco décadas de trabalho pelo teatro alagoano. Ele foi com a família para Sorocaba, interior de São Paulo, onde começou a atuar em 1973. Depois, a família voltou e, em 1979, ele fundou a companhia Cena Livre. Um dos principais projetos do grupo é A Escola Vai ao Teatro, responsável pelo primeiro contato de muitas crianças e adolescentes com o teatro.

“Eu e a minha mulher, Ana Sofia, fundamos esse projeto, inauguramos e foram muitos e muitos espetáculos para estudantes que vinham de ônibus em horário de aula, com temáticas importantes e dramaturgia nossa, original”, ressaltou Mauro.

O Cena Livre também encenou três peças do professor emérito da Ufal, Sávio de Almeida, que faleceu esse ano. Os próximos projetos incluem a encenação da vida do cientista e inventor Leonardo da Vinci enquanto criança e adolescente e a peça A Lição, em que Mauro Braga vai atuar como o professor. E para quem perdeu O Diário de Anne Frank, Mauro adianta que a peça estará no dia 8 de outubro no Teatro Deodoro, no Centro de Maceió.

Para quem ainda não leu a história de Anne Frank, é possível adquirir o livro em vários estandes da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que é realizada até o dia 20 de agosto, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro do Jaraguá, em Maceió. Não deixe de acompanhar as novidades aqui no site e também pelas redes sociais: @bienaldealagoas no Threads, no Facebook e no Instagram. As fotos oficiais podem ser vistas no Flickr.