Cultura
Livro aponta desafios e oportunidades para audiovisual alagoano
Estudo com foco na Economia Criativa foi produzido pelo Sebrae em parceria com a Ufal
Os negócios ligados ao setor da Economia Criativa estão entre os mais prejudicados pelo isolamento social imposto pela crise da Covid-19. Shows culturais, mostras, peças teatrais, tudo precisou ficar paralisado por um tempo, incluindo as produções audiovisuais, recorte central do relatório A Economia Criativa do Audiovisual em Alagoas no Pós-pandemia, lançado esta semana durante a 10ª Bienal Internacional do Livro, no Centro de Convenções.
A publicação é resultado de uma parceria entre o Sebrae e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio de um trabalho de pesquisa coordenado pelo professor Élder Maia, do Instituto de Ciências Sociais (ICS/Ufal), com a colaboração do estudante do curso de Ciências Sociais Nycholas Pires.
O trabalho de pesquisa vai municiar o Sebrae, dentre outras instituições, empresas e governos, com dados, indicadores e interpretações para nortear a elaboração e implementação de ações e políticas públicas para as micro e pequenas empresas do setor da Economia Criativa.
“Trata-se de um mapeamento do mercado de conteúdos audiovisuais no Brasil, com descrição e análise da atuação no setor, assim como os desafios e as perspectivas para as microempresas alagoanas que desenvolvem e produzem conteúdos nesse segmento. O trabalho reflete o interesse institucional do Sebrae em formar uma rede coordenada para a produção de estudos e pesquisas sistemáticas que evidenciem dados sobre o tema no Brasil”, afirma o superintendente do Sebrae Alagoas, Vinícius Lages.
“A pandemia acelerou a transposição de tráfego de games, vídeos, documentários, filmes, livros, jornais e demais conteúdos para o mundo virtual. E este estudo relaciona Economia Criativa e mercado audiovisual global, cujo alcance não se limita mais à fronteira do mundo físico, das salas de cinema, teatros, espaços de projeção. Essa análise deixa clara a expansão desse segmento, especialmente a partir dos serviços online ancorados na tecnologia da transmissão de dados via internet, e como isso afeta os modelos de negócios das empresas brasileiras, nordestinas e, particularmente, alagoanas”, completa.
Para o professor Élder Maia, a compilação dos dados e indicadores, somados às iniciativas de instituições como o Sebrae e o poder público, vão ajudar a pavimentar um novo caminho para os negócios da Economia Criativa em Alagoas. “Esse aspecto é fundamental, pois revela a importância de trabalhos como esse, executado por especialistas e pesquisadores, para a elaboração de políticas de fomento, como capacitações, crédito, parcerias, entre outras”, destaca.
Streaming Caeté
Entre as propostas apresentadas pelo professor está a criação de uma plataforma institucional estadual de streaming alagoano, construída pelos órgãos parceiros e disponibilizada gratuitamente para o público como plataforma de divulgação e projeção dos conteúdos de Alagoas.
“Os órgãos parceiros poderiam realizar o licenciamento com um determinado período de tempo, como forma de contribuição para composição da receita das empresas produtoras. Por fim, seguindo a tendência de profissionalização, é necessário também instituir a Film Commission de Alagoas, destinada a atrair empresas, investimentos e fazer do estado um centro de locação de filmagens, dinamizando cadeias de valor da hospedagem, da alimentação e do transporte, por exemplo”, recomenda Élder Maia.
“É preciso que as empresas alagoanas se insiram nesse vetor, que é o presente e o futuro das oportunidades profissionais e estratégias empresariais. A melhor forma de fazê-lo é, cada vez mais, desenvolver e produzir séries, longas-metragens e documentários para esse ambiente digital. Além de produzir e lançar, Alagoas pode e deve, por meio dessas sinergias, e da criação e atuação da Film Commission, tornar-se um centro nacional e internacional para locação e produção de séries e filmes, uma vez que o estado dispõe de territórios e locais próximo e dotados de boa estrutura, como Piranhas, Penedo, Maceió, Marechal Deodoro, entre outros”, destaca.
O efeito esperado, ainda segundo o coordenador da pesquisa, é que essa estratégia pressionaria gigantes como a Netflix e a Amazon a estabelecerem parcerias locais, com vistas a utilizar as capacidades territoriais e os cenários, como tem sido feito com algumas regiões no México, Colômbia, Oriente Médio, Itália, Espanha, França, Bélgica, Suécia e Dinamarca.
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