Cultura
Canto das Destaladeiras de Fumo é destaque no Festival de Cinema de Arapiraca
Símbolo de Arapiraca e fruto cultural de um período de ascenção econômica do município, o canto das Destaladeiras de Fumo está prestes a ser eternizado no audiovisual arapiraquense na noite de quarta-feira (13), na abertura da 2ª Edição do Festival de Cinema de Arapiraca, no Arapiraca Shopping, com a exibição do curta-metragem “O Canto”.
Magalhães evoca as raízes da tradição que caminha lado a lado com o desenvolvimento de Arapiraca, cidade que cresceu nas décadas de 70 e 80, a partir da plantação e exportação fumageira. A obra surge como uma forma de registrar a riqueza cultural das cantigas que nasceram das mulheres que trabalhavam no processo de destalagem do fumo e que foram mantidas ao longo dos anos e das famílias, tornando-se um selo vivo da cidade pelo Brasil afora.
“O filme retrata em sua poética visual e sonora parte do que atravessa nossa identidade, a sabedoria das nossas antepassadas, compõe muito do nosso inconsciente coletivo enquanto arapiraquenses, e naturalmente se torna um traço da nossa expressão”, explica a artista visual e diretora do curta, Izabella Vitória.
“O Canto” foi filmado no Povoado Carrasco, numa imersão guiada por personagens vivas da rica história que nasceu com o Mestre Nelson Rosa, que fez, preservou e levou Cultura até seus últimos momentos de sua vida, em setembro de 2017. Rosália Gomes, Gilza de Oliveira Santos, Irene Porfirio dos Santos, Isabel Sipriano, Izabele Maria Cavalcante, Maria do Socorro Porfirio Silva, Regineide Rosa Lopes da Silva, Rosinalva Farias dos Santos são as integrantes desse registro audiovisual de Arapiraca.
“O curta surgiu do desejo de experimentar poeticamente a sonoridade genuinamente nossa, e a urgência em registrar essa cultura rica até então transmitida apenas pela oralidade. Desse modo criamos uma ponte com o passado e preservamos a memória do futuro […] O espectador pode esperar de O Canto uma imersão sensível e leve, mas que rompe com a expectativa de um modo engessado do que se espera de alguns documentários e aí o porque de ser como costumamos chamar um “docudrama”, porque mescla fatos “reais” com o lirismo poético experimental no que se refere a atmosfera visual e sonora”, destaca a diretora.
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