Economia

Setor aéreo aquecido

Mercado de milhas prevê pico em 2023

Mercado avalia que patamar pré-pandemia foi retomado, com 152 milhões de cadastros. Especialista vê reinvenção do setor

Por Redação com site* 21/08/2022 09h09 - Atualizado em 21/08/2022 09h09
Mercado de milhas prevê pico em 2023

Passado o momento mais duro das contaminações de Covid-19, o mercado de turismo e negócios impulsionou as viagens. Dentro dessa retomada, um segmento demonstra otimismo: o de milhas, que estima viver um expansão em 2023.

O reaquecimento do setor começou com a volta dos voos domésticos e, depois, com a de trechos internacionais, no quarto trimestre de 2021. A reabertura de serviços e países foi essencial. As principais análises desse mercado mostram que o mercado das milhas vem respondendo positivamente com emissões em ritmo constante.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), o número de resgates já voltou ao patamar pré-pandemia. Atualmente, o país tem mais de 150 milhões de cadastros nesse tipo de programa.

Paulo Curro, diretor executivo da ABEMF, garante que o mercado de fidelização no Brasil segue em ritmo de crescimento.

“As empresas de fidelização têm investido para ampliar, ainda mais as opções de acúmulo e resgate de pontos ou milhas por parte de seus clientes. Inclusive, com parcerias em novos mercados, muito além dos já tradicionais segmentos como bancos, varejo e companhia aérea. Hoje, vemos iniciativas de fidelização em setores como construção civil, educação, saúde e muitos outros”, destaca, em entrevista ao Metrópoles.

Apesar dos impactos, de acordo com Paulo, os consumidores brasileiros não deixaram se utilizar pontos ou milhas, nem mesmo durante os meses mais críticos da pandemia. “Eles apenas passaram a adaptar seus acúmulos e resgates, de acordo com a nova realidade que se apresentava”, detalha.

A soma anual das emissões e resgates de pontos ou milhas, que mede o grau de interação dos clientes com os programas, chegou a 22,4 milhões de transações em 2021, representando um crescimento de 35,4% sobre 2020 e 9% diante de 2019.
Já o montante de pontos/milhas emitidos, ou seja, aqueles que os consumidores acumularam no ano, cresceu 32,9% em 2021 sobre 2020 e 2,1% na comparação com 2019. Passou de 236,7 bilhões (2020) para 314,7 bilhões (2021).
Quando se trata do número de pontos/milhas resgatados, aqueles que os clientes trocaram por benefícios, houve aumento de 54,2% em 2021 sobre 2020 e de 1,1% na comparação com 2019. Passou de 173,9 bilhões (2020) para 268,2 bilhões (2021).
Até em relação ao faturamento bruto das companhias associadas à ABEMF os números mostram a curva crescente do setor, houve alta de 13,2% no ano de 2021. Passou de R$ 5,35 bilhões (2020) para R$ 6,05 bilhões (2021).
Reinvenção do setor
O educador financeiro Caio Nascimento, especialista em viagens, explica que o surgimento de novas modalidades de promoções, de programas fidelidade e clubes de viagens fomentaram o mercado. É o que ele chama de “reinvenção”.

“Um dos grandes pontos responsáveis pelas companhias aéreas no Brasil se manterem firme durante a pandemia, foi justamente os programa de fidelidade. Durante a pandemia, diversas promoções surgiram com o objetivo de atrair novas pessoas e fidelizar cada vez mais os antigos usuários”, pondera.

Empresas que permitem usuários vender milhas, compradas para emitir passagens, também tiveram participação. “A pandemia afetou o mercado de milhas, mas também criou oportunidades. Diversas modalidades novas de acúmulos surgiram, mas em compensação o valor atribuído às milhas abaixou”, frisa.

*Metrópole


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