Economia
Maioria das empresas alagoanas sente o impacto do aumento dos custos
números: 38% das empresas alagoanas registraram queda no faturamento e 31% tiveram aumento
A Pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae Nacional em parceria com o IBGE, revelou que, na comparação entre o período de agosto de 2021 a agosto de 2022, 85% das empresas alagoanas disseram ter sentido o impacto do aumento dos custos da economia. Porém, 49% dos empresários repassaram apenas parcialmente os aumentos para os preços e 41% dos empresários não repassaram os aumentos de custos para os clientes.
Também se identificou que 38% das empresas alagoanas registraram queda no faturamento e 31% tiveram aumento. As principais dificuldades apontadas pelas empresas alagoanas nesse período foram o aumento dos custos da economia (44%) e, em segundo lugar, a falta de clientes (23%).
Quanto as principais formas de pagamento utilizadas pelos clientes, em Alagoas, identificaram que as modalidades cartão de crédito (32%) e Pix (37%) são as mais utilizadas, ficando o cartão de débito com 8% dos casos.
Para o gerente-adjunto da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Alagoas, Fábio Leão, o crescimento do Pix sinaliza para uma maior inclusão financeira e para a ampliação do número de consumidores no mercado de crédito e negócios do estado.
Perfil
Do total das empresas alagoanas pesquisadas, 56% pagam aluguéis dos seus negócios, mas 58% delas não sofreram ajustes neste custo nos últimos três meses – uma decisão em sintonia com o momento de dificuldades enfrentadas pelas empresas.
As empresas alagoanas aceleraram seus processos de digitalização e 76% delas já vendem utilizando algum meio digital, como WhatsApp, Facebook, Instagram ou outro.
Sobre as dívidas, 40% dos empresários estão em dias, e 37% delas estão com dívidas em atraso – ou seja, estão inadimplentes. As dívidas em atraso representam de 30% a 50% dos custos mensais para 36% das empresas pesquisadas.
Investimento e crédito
Quando perguntado se o empresário buscou empréstimo bancário nos últimos três meses, apenas 39% deles respondeu que sim, e 61% dos mesmos responderam que não. “Isso é muito significativo porque estamos no período de final de ano, com várias datas favoráveis ao consumo, mas as empresas não captaram recursos nos bancos. Este movimento nos aponta também que os empresários podem estar buscando crédito para investimentos em outras fontes, como cartão de crédito, cheque especial e o crédito informal”, destaca Fábio Leão.
Apesar das dificuldades de acesso a crédito, os empresários fizeram algum tipo de investimento nos últimos três meses. Em Alagoas, 52% das empresas fizeram investimento, principalmente, em máquinas e equipamentos e instalações físicas. Segundo Fábio Leão, isso comprova a sinalização de que estão investindo, porém não estão utilizando os recursos do sistema bancário tradicional.
Sustentabilidade
Nas questões referentes à sustentabilidade, a pesquisa mostra que os empresários que têm essa preocupação são movidos apenas pela redução de custos. As principais ações “ambientais” das empresas alagoanas estão focadas nos itens: a) separação de lixo para coleta seletiva; b) controle de consumo de papel; c) controle de consumo de água; d) controle de consumo de energia. Até mesmo ações referentes a instalação de placas fotovoltaicas, utilização de materiais recicláveis e captação de água da chuva ou de reúso, ainda estão longe de serem práticas rotineiras nas empresas.
Futuro
Por fim, a pesquisa quis saber como estava o humor do empresário para a construção de cenários futuros. Os empresários afirmaram que os desafios enfrentados provocaram mudanças que foram valiosas para seus negócios (25%). Apontaram também que estão animados com as novas oportunidades (17% das empresas).
“A despeito das dificuldades encontradas para manterem suas empresas abertas e para acessar crédito, os empresários estão otimistas quanto ao futuro”, conclui Fábio Leão.
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