A Petrobras está cobrando mais caro pela gasolina e pelo diesel nas refinarias faltando poucos dias para acabar a desoneração tributária sobre os combustíveis. A medida se encerraria em 1º de janeiro, mas foi prorrogada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro dia do seu governo.

Há discussões no governo sobre prorrogar a desoneração: a ala política é favorável à medida, mas a ala econômica é contra. A Abicom estima que, se a desoneração não for prorrogada, o preço da gasolina para o consumidor deve aumentar até 14% a partir da próxima quarta-feira (01/03) nos postos de Alagoas – e de todo o Brasil, o que deve siginificar algo por volta de R$ 0,68 por litro.

Nas contas da associação, o impacto da volta dos impostos no preço da gasolina nas refinarias será de R$ 0,79 pelo PIS/Cofins e de R$ 0,10 pela Cide. Para chegar aos R$ 0,68, foi considerada a mistura da gasolina A com o etanol hidratado, que dá origem à gasolina C.

A gasolina comercializada no Brasil está em média R$ 0,21 mais cara do que o preço praticado no exterior e o diesel, R$ 0,25 (uma defasagem de 7% para ambos os combustíveis), segundo levantamento desta sexta-feira (24) da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

A gasolina A é vendida nas refinarias por um valor entre R$ 0,16 e R$ 0,27 por litro acima do Preço de Paridade de Importação (PPI), usado pela Petrobras (PETR3;PETR4) para definir sua política de preços no Brasil. Já o óleo diesel A S10 é vendido entre R$0,10 a R$0,32 mais caro.

A Abicom destaca que, desde o aumento de 7,5% na gasolina feito pela Petrobras em 24 de janeiro (reajuste de R$ 0,23 nas refinarias), o preço do combustível já caiu R$ 0,42 no mercado internacional.

Já o preço do diesel caiu R$ 0,25 no exterior desde o último reajuste da Petrobras, em 8 de fevereiro (redução de 8,89% ou R$ 0,40 nas refinarias).

Diante da queda de preços no mercado internacional, a Acelen reduziu o preço da gasolina A em R$ 0,2959 e o do diesel, em R$0,17, no polo Aratu (Bahia), na quarta-feira (22). A Acelen pertence ao fundo de investimento árabe Mubadala e comprou a Refinaria de Mataripe, privatizada pela Petrobras.