Estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) buscam soluções que promovam mudanças de função em objetos que antes em considerados lixo, como garrafas de vidro, lâmpadas queimadas e embalagens de azeite, por exemplo, para transformá-los em algo novo e útil. 

O trabalho vai muito além do que se aprende na sala de aula. Os estudantes põem em prática o que aprendem através de diversos projetos de extensão, a exemplo do projeto “O papel social do Designer na questão dos resíduos sólidos”, que traz sustentabilidade, economia, criatividade e melhoria da qualidade de vida aos trabalhadores da Cooperativa dos Catadores da Vila Emater II (Coopvila), em Jacarecica.

O projeto faz parte de uma atividade curricular de extensão (Ace 3 e 4) que atende ao edital Vivências da Ufal, idealizado pelas Pró-reitorias Estudantil e de Extensão da Universidade. A ideia é valorizar o intercâmbio de saberes entre a universidade e a comunidade por meio de atividades que conectem a compreensão da sociedade local aos métodos e técnicas do Design.

“Nosso trabalho de pesquisa e extensão com foco na construção social, metodologias participativas e design de produto, visam a reutilização de resíduos sólidos que são oriundos de atividades humanas ou naturais que não possuem utilidade ou que sejam vistas como descartáveis”, explica a professora Juliana Donato, coordenadora do projeto.

Dentre as diversas atividades realizadas, os estudantes ministraram a oficina de Codesign na Coopvila. O trabalho possibilitou um momento de geração de alternativas de produtos em uma oficina de codesign realizada na Coopvila com 15 dos 25 cooperados. “Foi um momento muito rico de troca de saberes em busca de soluções projetuais para gerar produtos utilitários com os resíduos de embalagens de vidro”, diz Donato.

Em maio, os estudantes que participam do projeto, Marcos Vinicius, Jackson Santos, Paulo Jackson. Bárbara Lívia, João Martins, Bruno Canavarro, Luana Batinga e Jayne Dias, estiveram no Festival de Culturas da Ufal para expor os produtos e realizaram um bazar cultural. Eles também estiveram em abril na World Creativity Day, a convite da diretoria da Coopvila, para expor os produtos gerados nas oficinas de codesign.

Em atividade desde setembro de 2022, o projeto já realizou atividades de vivência e imersão na cooperativa, palestras, oficinas e até contação de histórias voltadas para coleta seletiva e valorização do trabalho dos catadores, para estimular o pensamento voltado para a sustentabilidade de forma lúdica e criativa. Tudo isso com o objetivo de ajudar na construção social, identificação e validação de demandas.

Os participantes da cooperativa ganham apoio e novas ideias de serviço, e os estudantes, experiência e vivência prática. Uma certeza de que todos ganham.