A 5ª edição do Limocabra, festival de cabras leiteiras de Limoeiro de Anadia, acontece de 19 a 21 de outubro e deve movimentar a região Agreste com torneios leiteiros, oficinas e roda de conversa. O Sebrae Alagoas apoia a realização do evento e conduz uma série de ações entre os produtores do município para fomentar a cadeia da caprinocultura no estado. No dia 20, a analista Pollyana Bellotti participa da roda de conversa Mulheres do Agro no Limocabra, às 16h, no Povoado Genipapo.

“A importância da participação feminina com foco na agricultura familiar da região semiárida é de grande relevância para o desenvolvimento territorial, levando oportunidades e investimentos por meio do conhecimento para as empreendedoras rurais. São pessoas que buscam produzir alimentos saudáveis em sua terra fértil, plantando sementes para transformar o ambiente rural, tornando suas propriedades mais sustentáveis e gerando resultados impactantes para otimizar resultados diferenciados”, afirma.

“Por isso também que o Sebrae está apoiando esse evento. Para divulgar a caprinocultura, qualificar o produtor, realizar parcerias com empresas e com o setor público a fim de fortalecer a cadeia, colaborar para o aumento da geração de renda no município, promover rodada de negócios entre produtores e empresários do ramo, criar momentos de entretenimento para a comunidade e possibilitar a criação do grupo de produtores do município”, completa.

Atualmente, em Limoeiro de Anadia, os produtores de cabras leiteiras produzem de forma individual, com risco, lucro e prejuízos individuais. E foi pensando nesse contexto, para incentivar, divulgar, consolidar e quebrar mitos relacionados ao leite de cabra e seus derivados, que o festival Limocabra foi lançado.

“A cadeia da caprinocultura no país tem evoluído quanto à produção e qualificação técnica, além da elaboração de cortes sofisticados e produção de derivados da carne e do leite destes animais. Contudo, é visível que na região Nordeste esse avanço ainda é sutil e assistência técnica ainda é pouco acessível ou inacessível aos pequenos produtores. Vale salientar que quase a totalidade dos produtores nordestinos têm pequenas propriedades, salvo alguns estados como Pernambuco e Paraíba, que apresentam grandes extensões rurais, porém, com uso de áreas de caatinga natural, com pouca implantação de tecnologia que potencialize o seu uso”, analisa Bellotti.

“Por vezes, as políticas públicas e financiamentos fomentados por agências bancárias, associações de crédito e alguns projetos pontuais não são acessados pelos pequenos produtores por falta de conhecimento ou por julgarem que trabalham de forma arriscada, sem garantia de produção, o que acarretaria endividamento para os produtores rurais. Outro ponto que deve ser considerado é o desconhecimento por parte da sociedade em relação à criação, bem como os benefícios para a saúde diante do consumo de carne e dos produtos derivados de leite de ovinos e caprinos”, destaca.

A analista do Sebrae Alagoas diz ainda que o desafio é explanar sobre a cadeia produtiva da caprinocultura, conquistar mais produtores, aumentar a demanda por produtos dessa cultura e sensibilizar os produtores atuais e futuros sobre os instrumentos e mecanismos de apoio existentes para os criadores.

“Além de tudo, isto é necessário desmistificar que o leite de cabra só deve ser consumido por pessoas que tem alergia a determinada proteína presente no leite de outras espécies animais. Pelo contrário. É preciso mostrar para todos a qualidade nutricional e microbiológica, bem como a versatilidade do leite de cabra na alimentação humana”, observa.