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Rendimentos do trabalho no Brasil apresentam crescimento de 4,2% em 2023, revela estudo do Ipea

Por Redação com Site* 16/12/2023 10h10
Rendimentos do trabalho no Brasil apresentam crescimento de 4,2% em 2023, revela estudo do Ipea

Estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta sexta-feira (15), revela um aumento de 4,2% nos rendimentos habituais reais médios do trabalho no Brasil durante o terceiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. As estimativas mensais apontam que o rendimento habitual médio real em setembro deste ano foi de R$ 3.059, representando um aumento de 3,8% em relação ao mês anterior e 3,4% superior ao registrado em junho do mesmo ano.

Os dados ainda destacam um aumento de 3,7% em comparação ao valor de dezembro de 2022, que foi de R$ 2.950. Já a renda efetiva média em setembro, atingindo o maior valor da série histórica (R$ 3.188,00), foi 3,3% superior ao mês anterior, R$ 3.086. No entanto, a estimativa da renda mensal para outubro apresentou um recuo para R$ 3.101,00.

O estudo, intitulado "Retrato dos Rendimentos do Trabalho – Resultados da PNAD Contínua do Terceiro Trimestre de 2023", utiliza como base os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rendimento habitual refere-se à remuneração mensal de empregados, empregadores e trabalhadores por conta própria, sem acréscimos extraordinários ou descontos esporádicos.

Os dados revelam que os maiores aumentos na renda, em comparação ao mesmo período do ano passado, foram registrados na região Sudeste, entre trabalhadores jovens de 14 a 24 anos com ensino superior. Embora nenhum grupo demográfico tenha apresentado queda na renda, o crescimento foi menor para os residentes no Sul e em regiões não metropolitanas, para aqueles com mais de 60 anos, com ensino fundamental completo e para os chefes de família.

A análise por gênero mostra que os rendimentos habituais recebidos por mulheres apresentaram um crescimento interanual maior nos três primeiros trimestres de 2023, atingindo 4,5%, em comparação com os 4% da renda habitual dos homens.

Ao analisar por tipo de vínculo, os trabalhadores do setor privado com carteira tiveram o menor crescimento nos rendimentos no terceiro trimestre de 2023, com elevação da renda habitual de 2,3%. Em contrapartida, os trabalhadores do setor público tiveram um aumento de 3,6%. O maior aumento da renda habitual ocorreu para os trabalhadores informais, com acréscimo de 7,5% para os trabalhadores por conta própria e de 6,3% para os sem carteira.

No recorte por setor, no terceiro trimestre de 2023, houve uma maior desaceleração do crescimento da renda nos setores de comércio e construção, com aumento interanual da renda habitual de 2,5% e 1,9%, respectivamente. Por outro lado, os trabalhadores da indústria, serviços pessoais e coletivos, assim como aqueles que atuam com alojamento e alimentação, apresentaram um crescimento maior em relação ao trimestre anterior, destacando-se o setor de alojamento e alimentação, que mantém um crescimento robusto da renda há quatro trimestres consecutivos. O destaque negativo foi a queda de 4,6% na renda média interanual no terceiro trimestre de 2023 na agricultura.

Um efeito significativo da pandemia foi o aumento da proporção de domicílios sem renda do trabalho, que subiu de 22,7% no primeiro trimestre de 2020 para 28,7% no segundo. No terceiro trimestre de 2023, a proporção de domicílios nessa situação ficou em 23,2%, mais de um ponto percentual acima do observado no mesmo trimestre do ano anterior.

*www.ipea.gov.br

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