Economia
Jogo responsável: proteção à vista em meio à febre das apostas no Brasil
Datafolha revela gastos expressivos de jovens e impulsiona ações do Governo Federal para resguardar populações vulneráveis.
Em meio ao notável crescimento do mercado de apostas esportivas e cassinos online no Brasil, uma pesquisa recente do Instituto Datafolha trouxe à tona dados alarmantes: 15% dos brasileiros já se aventuraram nas apostas, com um expressivo aumento para 30% entre jovens de 16 a 24 anos. Com as conhecidas BETs em franco crescimento nas redes sociais e eventos esportivos, especialmente no futebol, a regulamentação do Governo Federal, sancionada em dezembro de 2023, direciona a atenção para as 'populações vulneráveis' - um grupo que inclui menores de idade, idosos, jogadores compulsivos e apostadores potencialmente patológicos.
Em relatório divulgado pela XP Investimentos na terça-feira (9), a projeção de ganho do mercado de apostas das Bets aponta para um faturamento total de R$ 13 bilhões só em 2023. Segundos seus analistas a estimativas de gastos mensais com essas plataformas estão próximos de 20% do orçamento discricionário das famílias de baixa renda.
Nesse contexto, o Governo Federal, por intermédio dos Ministérios da Fazenda e Saúde, anunciou a implementação de políticas públicas para promover o Jogo Responsável. Mas afinal, o que essa iniciativa significa e quais são os mecanismos para coibir apostas indevidas?
De acordo com Filipe Senna, sócio do Jantalia Advogados e mestre em Direito de Jogos, o Jogo Responsável representa um conjunto de políticas, informações e ações voltadas para garantir uma relação saudável entre jogadores, apostadores, plataformas e modalidades de jogo. "O jogo responsável deve ser utilizado como um conjunto de políticas, ações e informações, tanto previstas na legislação quanto resultantes da autorregulação e competição entre operadores. As plataformas, ao aplicarem essas práticas, estabelecem uma relação mais saudável com os jogadores, gerando uma avaliação pública mais positiva do setor de jogos e apostas, o que aumenta o sucesso do setor", destaca o especialista.
Os resultados do levantamento do Datafolha não apenas evidenciam o aumento das apostas, mas também revelam que 55% dos brasileiros são contrários às apostas esportivas. Isso reflete a necessidade urgente da implementação de políticas, ações e informações de Jogo Responsável para educar o público e criar uma percepção pública positiva sobre um mercado essencial para o desenvolvimento econômico, aumento da arrecadação e geração de empregos no Brasil, que testemunhou um crescimento notável de 135%.
Filipe Senna ressalta: "Pela experiência internacional, políticas relativas ao jogo responsável geram uma avaliação positiva do público e, consequentemente, promovem um maior sucesso à indústria. A relação entre a plataforma e o consumidor é percebida como mais saudável, protegida e caracterizada por honestidade, confiabilidade e transparência".
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