Pelo segundo mês seguido, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo registrou uma redução significativa, passando de 419,3% ao ano, em janeiro, para 412,5% ao ano em fevereiro deste ano. Essa queda, de 6,8 pontos percentuais no mês e de 7,9 pontos percentuais em 12 meses, é um reflexo das mudanças regulatórias recentes e tem impactos diretos no endividamento das famílias brasileiras.

De acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC), essa modalidade de crédito, conhecida por suas altas taxas de juros, dura 30 dias e é utilizada pelos consumidores quando pagam menos que o valor integral da fatura do cartão, contraindo assim um empréstimo e começando a pagar juros sobre o valor não quitado.

A redução nas taxas do rotativo se deve, em parte, à entrada em vigor da lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, em contraposição aos mais de 400% ao ano cobrados anteriormente. No entanto, essa medida só vale para novos financiamentos, mantendo as estatísticas em patamares ainda elevados.

A queda nas taxas de juros do rotativo também influenciou a redução na taxa média de juros cobrada das famílias em fevereiro, que atingiu 52,5% ao ano. Essa redução, no entanto, foi parcialmente contrabalançada pelo aumento dos juros do cheque especial, que tiveram alta de 6 pontos percentuais no mês.

Em meio a essas mudanças, o endividamento das famílias brasileiras continua sendo monitorado de perto. Segundo o Banco Central, a inadimplência permanece estável, registrando 3,3% em fevereiro, enquanto o endividamento das famílias aumentou ligeiramente, atingindo 48% em janeiro.

Esses indicadores, juntamente com o comprometimento da renda, que ficou em 25,8% em janeiro, destacam a importância de uma gestão prudente do crédito por parte dos consumidores e a necessidade contínua de monitoramento e regulação por parte das autoridades financeiras.