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Velório de Zagallo será na CBF; veja data e horário

Por Redação com site* 06/01/2024 10h10
Velório de Zagallo será na CBF; veja data e horário

Mario Jorge Lobo Zagallo, que morreu na noite da última sexta-feira (5), será velado neste domingo (7), a partir das 9h30, na sede da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A cerimônia será aberta. Já o sepultamento acontecerá no Cemitério São João Batista, no mesmo dia, às 16h.

Um dos maiores nomes do futebol mundial, Zagallo morreu na noite da última sexta-feira, aos 92 anos, por decorrência de um quadro de falência múltipla dos órgãos. O ex-atleta e ex-treinador estava internado desde o dia 26 de dezembro para tratar uma infecção.

Zagallo não estava bem de saúde desde setembro de 2023, quando ficou 20 dias hospitalizado para tratar um quadro de infecção urinária.

Zagallo foi o único nome do futebol brasileiro a estar envolvido em quatro das cinco conquistas mundiais da seleção brasileira. Em 1958 e 1962, o ex-atleta fez parte como jogador, além de ter sido o técnico, em 1970, e coordenador técnico, em 1994.

Zagallo, a formiguinha, foi símbolo de amor pela seleção

A velocidade com que se fabricam ídolos nos tempos atuais é a mesma com a qual são consumidos. O astro de hoje tem um brilho forte e intenso, mas breve. Amanhã, cai no esquecimento e volta a ser um sinônimo ou quase isso.

Não é diferente no futebol. Tente puxar pela memória e vai se surpreender com a quantidade de jovens candidatos a craque que foram uma espécie de cometinhas: apareceram, tiveram visibilidade rápida e logo sumiram. Tem muita gente nessa situação.

Não é o caso de Zagallo. A lenda que morreu no fim da noite de sexta-feira (5).

É um exemplo de desafio contra o tempo. Ele curtiu vida longa - não é fácil chegar a 92 anos! - e longevidade rara no esporte.

O antigo ponta-esquerda foi personagem importante no futebol e atravessou ao menos meio século em evidência. Primeiro como jogador - bicampeão mundial em 58 e 62 -, depois como técnico (tri em 70, vice em 98) ou como coordenador (tetra em 94).

Gente, não é pouca coisa nem coincidência. Vá lá que a ocorrência da primeira dessas proezas tenha sido consequência de um bom momento correndo atrás da bola. A segunda poderia ser prêmio pelo sucesso anterior; a terceira, tremenda sorte; a quarta, uma conjunção de fatores favoráveis. A quinta (o vice na França), uma homenagem pelo conjunto da obra.

Pois afirmo que todos esses episódios marcantes foram resultados de empenho, dentro e fora de campo. Zagallo soube, como poucos, entender a importância da “amarelinha”, mesmo que com frequência parecesse um patriota chato. Mas ele era assim: radical no amor pela seleção brasileira. A ponto de arrumar desafetos pela defesa incondicional que fazia da tradição do nosso futebol.

Zagallo esteve à frente, em sua época de atleta, ao entender que um ponta-esquerda poderia ter função tática como reforço defensivo, se necessário. Fazia isso num tempo em que atacante era só jogador para atuar no campo do rival.

Como técnico não foi revolucionário, tampouco um acomodado. Tinha seus métodos, méritos e efeitos. Na Copa do Mundo de 70, deu liberdade para os craques, ao mesmo tempo em que admitia um sistema de muita movimentação entre meio-campo e ataque.

Anteviu esquema que se tornaria evidente de 74 para a frente, com o futebol total da Holanda, e deveria ter seguido nessa linha. Aliás, aqui faço uma restrição a Zagallo. No Mundial da Alemanha daquela ocasião, se apoiou no sucesso de México 70 e faltou olhar em torno do que se fazia na Europa. Vacilou e foi engolido pelos holandeses. Ainda assim, o Brasil terminou em quarto lugar

Zagallo foi um símbolo de dedicação à seleção - e só por isso merece respeito e homenagens. Mas deve ser lembrado sobretudo como alguém que dedicou a vida ao futebol como profissional e apaixonado pelo esporte.

*ESPN

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