A noite de domingo (07) no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, marcou mais um capítulo na trajetória meteórica de Rayssa Leal. Diante de um público de quase 10 mil pessoas, a maranhense brilhou na final da Street League Skateboarding (SLS) e alcançou o tetracampeonato do circuito, um feito que a consolida no topo do skate mundial.

Mesmo lidando com dores por causa de um tombo no treino, que gerou torcicolo, impacto na cabeça e até uma torção no joelho, a skatista de 17 anos entrou na pista decidida. “Era minha meta do ano. Não tenho palavras. Competir aqui, com essa energia, me deu força para deixar tudo de lado”, comemorou após a prova.

A decisão reuniu o melhor do skate feminino do planeta. Quatro japonesas, Coco Yoshizawa, Liz Akama, Yuna Nakayama e Yumeka Oda, chegaram como as principais adversárias, todas com histórico de medalhas olímpicas ou mundiais. A australiana Chloe Covell, mesmo sendo a mais jovem da final, completou o grupo das favoritas.

Com o cancelamento do Campeonato Mundial de 2025, que seria realizado em setembro, a final da SLS acabou se tornando a competição mais relevante da temporada. E, mais uma vez, a nova geração roubou a cena: a competidora mais velha da disputa era Funa Nakayama, de apenas 20 anos.

Rayssa começou a noite em alto nível. Sua volta de apresentação recebeu 8.3 e a colocou imediatamente na liderança, mesmo com o tornozelo direito ainda sensível. A partir daí, administrou a pressão com maturidade de veterana. Na primeira manobra, encaixou um trick característico no corrimão redondo e ampliou a vantagem. Misturando precisão e criatividade, manteve o primeiro lugar mesmo após uma queda na segunda rodada.

O duelo ganhou tensão na sequência, quando Yumeka Oda e Liz Akama conseguiram notas altas e ameaçaram a liderança da brasileira. Rayssa respondeu com uma execução limpa que rendeu 8.7, voltando a abrir vantagem e levando o ginásio ao delírio. Na penúltima tentativa, confirmou a regularidade com 8.1.

A última rodada selou a disputa. Oda caiu, Covell também não conseguiu completar a manobra, e Rayssa chegou à sua vez já matematicamente campeã, um desfecho que coroou sua performance dominante do início ao fim.

Aos 17 anos e prestes a completar 18, Rayssa Leal encerrou a noite reafirmando seu status de fenômeno global e mostrando que, mesmo lesionada, continua sendo a skatista a ser batida no circuito mundial.