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Estudantes da Uerj Protestam contra Mudanças em Bolsas de Estudo

Reintegração de posse gera confrontos e prisão de deputado federal do PSOL.

Por Redação com Agência Brasil 20/09/2024 17h05
Estudantes da Uerj Protestam contra Mudanças em Bolsas de Estudo
Foto: Reprodução Internet

Após 56 dias de ocupação, estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foram retirados do Pavilhão João Lyra Filho, no Campus Maracanã, pela Polícia Militar, com autorização judicial. A ação ocorreu após os estudantes descumprirem o prazo dado pela Justiça para deixar o prédio. Durante a reintegração, houve confronto entre manifestantes e policiais, que utilizaram bombas de efeito moral, enquanto estudantes revidaram com pedras. Alguns foram detidos, inclusive o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que tentava negociar em favor dos estudantes.

O motivo das manifestações é a mudança nas regras de concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil, que, segundo os estudantes, exclui mais de mil alunos que antes tinham direito aos benefícios. “A reitoria da Uerj deu ordens para o choque retirar estudantes pobres de dentro da universidade”, criticaram os ocupantes em nota divulgada nas redes sociais.

Entre as reivindicações, os estudantes pedem a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que altera as regras do auxílio-alimentação, agora restrito a estudantes de campi sem restaurante universitário, com valor de R$ 300 mensais. Além disso, a nova norma estabelece que apenas quem possui renda familiar bruta per capita igual ou inferior a meio salário mínimo, cerca de R$ 706, poderá receber auxílios e bolsas.

A reitoria da Uerj afirmou que as bolsas de vulnerabilidade foram criadas em caráter excepcional durante a pandemia e que o pagamento delas depende da disponibilidade de recursos. Segundo a universidade, 9,5 mil alunos continuam recebendo auxílio, em um universo de 28 mil estudantes.

Durante a ação de reintegração, um policial se feriu ao manusear seus próprios equipamentos e foi levado ao hospital. A Uerj lamentou que, apesar das tentativas de negociação, a situação tenha chegado a esse ponto. “Foram realizadas oito reuniões com entidades estudantis e uma audiência de conciliação, mas os grupos extremistas se recusaram a deixar o prédio”, afirmou a reitoria em nota.

O PSOL repudiou a prisão do deputado Glauber Braga, classificando-a como arbitrária e ilegal. O partido informou que acionou seu departamento jurídico para avaliar as medidas cabíveis contra o estado do Rio de Janeiro.

Uma nova audiência de conciliação está marcada para o dia 2 de outubro, com o objetivo de buscar um acordo sobre os valores das bolsas e demais auxílios. Enquanto isso, os estudantes seguem protestando e exigindo que suas vozes sejam ouvidas.

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