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Apostas em Ascensão

O Custo Social das “Bets” no Brasil

Divórcios, dívidas e riscos à saúde mental em meio ao crescimento das apostas.

Por Redação com Site* 26/09/2024 16h04 - Atualizado em 26/09/2024 17h05
O Custo Social das “Bets” no Brasil
Foto: ilustrativa/Freepik

As chamadas “bets” têm gerado um impacto financeiro devastador na vida de muitos brasileiros, resultando em um aumento preocupante de divórcios, endividamentos e até empréstimos. Dados recentes do Banco Central indicam que, apenas em agosto, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família se aventuraram nas apostas.

Essas plataformas de jogo operam em duas categorias distintas: as de quota fixa, que estão em processo de regulamentação e não dependem unicamente do “fator sorte”, e as aleatórias, como o Jogo do Tigrinho, que funcionam exclusivamente na base da sorte e permanecem ilegalizadas no Brasil.

Impacto Nefasto


Rita Serrano, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, alerta sobre as consequências alarmantes do vício em jogos. “O vício em jogos tem se tornado uma preocupação crescente, com casos de famílias destruídas, dívidas impagáveis e, em alguns casos extremos, levando até mesmo ao suicídio. A falta de regulamentação adequada e o controle frágil sobre essas operações aumentam o risco, fazendo com que o problema se torne uma questão de saúde pública”, enfatizou Serrano.

Além dos problemas financeiros, as “bets” levantam questionamentos sobre possíveis casos de lavagem de dinheiro, beneficiando multinacionais da área de jogos que, segundo Serrano, transferem divisas para o exterior, exacerbando as preocupações sobre a ética e a legalidade dessas operações.

Em contrapartida, as Loterias Federais, administradas pela Caixa, representam um modelo de jogo com responsabilidade social. Com um controle estatal rigoroso, quase metade da arrecadação é destinada ao desenvolvimento do país, garantindo que o dinheiro retornasse à sociedade de maneira transparente e segura.

Em 2023, as loterias da Caixa arrecadaram R$ 23,4 bilhões, com R$ 11 bilhões (48%) repassados ao governo, o maior valor da história da Caixa. Esses recursos são investidos em instituições esportivas, no financiamento estudantil pelo FIES, além de apoiar cultura, saúde e programas para crianças e adolescentes. A rede lotérica também gera milhares de empregos diretos, estando presente em 98% dos municípios brasileiros.

Serrano finaliza: “A proliferação das ‘bets’ é um alerta para a necessidade de um debate mais amplo sobre o impacto nefasto que esse modelo de apostas pode ter na sociedade. Será que a justificativa de arrecadação de tributos é válida se considerarmos as consequências para a saúde, empobrecimento, e todo tipo de malversação dos recursos que essas modalidades trazem consigo?”

Essa reflexão se torna cada vez mais necessária em um cenário onde o equilíbrio entre a liberdade de jogar e a responsabilidade social precisa ser cuidadosamente ponderado.

*ICL Notícias

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