Geral

Caso PCS Lab

Funcionária alega ser vítima de manipulação em exames de HIV

Jaqueline Bacellar, presa após erros em laudos de exames, afirma que laboratório forjou documentos e utilizou seu nome indevidamente.

Por Redação com Agência Brasil 16/10/2024 13h01
Funcionária alega ser vítima de manipulação em exames de HIV
Foto: Divulgação / Gov RJ

A defesa de Jaqueline Iris Bacellar de Assis, funcionária do laboratório PCS Lab Saleme, divulgou uma nota nesta quarta-feira (16), alegando que a profissional teria sido vítima de uma armação promovida pelo próprio laboratório. Jaqueline é acusada de assinar laudos errados de exames de HIV, o que resultou na infecção de seis pacientes transplantados no estado do Rio de Janeiro. A defesa sustenta que "o laboratório manipulou e forjou mensagens, documentos e laudos", envolvendo a profissional injustamente.

Jaqueline, que estava foragida, foi presa na terça-feira (15) e prestou depoimento à polícia. Ela nega as acusações de falsificação e afirma que nunca entregou nenhum documento que a qualificasse como biomédica. "Jamais assinou qualquer laudo de análise de amostras, até porque, não tem competência para isso", disse a defesa, que também esclareceu que Jaqueline possui registro válido no Conselho Federal de Farmácia (CRF 5125/RJ). A acusada afirma que entregou pessoalmente os documentos originais durante a admissão.

O caso ganhou repercussão após dois doadores terem sido erroneamente diagnosticados como negativos para HIV, quando na verdade eram positivos. Esses erros resultaram na infecção de seis receptores de órgãos, todos transplantados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O laboratório PCS, responsável pelas análises dos exames, foi imediatamente interditado pela Vigilância Sanitária local, com apoio técnico da Anvisa, após a confirmação das infecções. Novos testes estão sendo realizados no Hemorio.

Segundo a nota do laboratório, Jaqueline teria apresentado "documentação inidônea", incluindo um diploma de biomédica e uma carteira profissional com habilitação em patologia, levando a empresa a crer que ela possuía qualificações para assinar os laudos. No entanto, a defesa da acusada contesta essa versão, afirmando que "a mensagem de texto que contém o diploma de biomédica é absolutamente falsa".

O caso é considerado grave e "inadmissível" pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde. Ambos os órgãos estão acompanhando de perto as investigações. A sede do PCS Lab Saleme, em Nova Iguaçu, foi interditada, e uma auditoria está sendo realizada para examinar os contratos e a atuação do laboratório no programa de transplantes.

Com as investigações em andamento, a defesa de Jaqueline se mantém confiante. "Assim como os pacientes, Jaqueline é vítima do laboratório que manipulou e forjou mensagens", afirma a nota dos advogados, que esperam que a verdade venha à tona com a continuidade do processo policial.

WhatsApp

Receba notícias do Em Tempo Notícias no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:

https://chat.whatsapp.com/K8GQKWpW3KDKK8i88Mtzsu