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Cuba enfrenta novo colapso energético e protestos crescem na ilha

Quarta falha em 48 horas agrava crise de apagões e aumenta a tensão social.

Por Redação com Agência Reuters 21/10/2024 15h03 - Atualizado em 21/10/2024 15h03
Cuba enfrenta novo colapso energético e protestos crescem na ilha
Foto: Ernesto Mastrascusa/EFE

A rede elétrica de Cuba sofreu outro colapso neste domingo (20), marcando a quarta falha em apenas 48 horas. A crise energética aumenta a preocupação em um país que já enfrenta escassez severa de alimentos, combustível e medicamentos. Apagões recorrentes têm provocado pequenos protestos, principalmente em Havana, enquanto uma tempestade tropical ameaça complicar ainda mais os esforços de recuperação da energia.

O primeiro grande colapso ocorreu na sexta-feira (18), quando a maior usina de energia da ilha foi desligada, deixando cerca de 10 milhões de cubanos no escuro. Desde então, a rede entrou em colapso outras três vezes, evidenciando o estado crítico da infraestrutura elétrica do país. Segundo relatos, os apagões contínuos têm sido um grande revés para o governo, que luta para restabelecer a normalidade em meio ao calor intenso do verão caribenho.

Reação do governo e protestos


No domingo à noite, o presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, fez um pronunciamento na televisão nacional, trajando uniforme militar. Ele pediu aos cubanos para manterem a calma e manifestar suas queixas de forma civilizada. "Não vamos aceitar nem permitir que ninguém aja com vandalismo e muito menos que altere a tranquilidade de nosso povo", afirmou Diaz-Canel.

Enquanto isso, a capital Havana permaneceu quase completamente apagada. Apenas alguns bares, residências e estabelecimentos comerciais conseguiram manter a luz, utilizando pequenos geradores a combustível. Apesar da calmaria geral, jornalistas da Reuters relataram vários "panelaços" em diferentes pontos da cidade, além de uma forte presença policial nas ruas.

Embargo e crise econômica


Além dos problemas internos, Cuba sofre há décadas com as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, o que agrava a situação da infraestrutura. O embargo, que já dura 62 anos, impôs barreiras severas ao comércio da ilha, acumulando, segundo o governo cubano, prejuízos de mais de US$ 150 bilhões.

"Dezenas de bancos negam serviços a Cuba por medo de multa dos Estados Unidos. Além da perseguição direta a transportadoras, companhias de navegação, seguradoras e empresas de logística em geral, o que encarece em até 30% a importação de combustível", afirmou Bruno Rodríguez, ministro de Relações Exteriores de Cuba. A dificuldade em adquirir insumos básicos, como combustível, contribui diretamente para a deterioração da rede elétrica.

Com a população cada vez mais exausta devido aos apagões e à crise econômica, o governo enfrenta o desafio de conter os protestos e ao mesmo tempo buscar soluções para um problema que parece longe de ser resolvido.

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