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Maior liberação do ano

Em meio a derrotas no Congresso, governo libera R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares

Grande parte das emendas empenhadas são do tipo individual, obrigatórias e vinculadas diretamente a um parlamentar

Por Redação com G1 29/06/2025 12h12
Em meio a derrotas no Congresso, governo libera R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares
Lula (PT) - Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil

A última semana de junho foi marcada por uma sequência de derrotas políticas para o governo do presidente Lula (PT) no Congresso Nacional. Em meio ao clima de tensão e insatisfação entre parlamentares, o Executivo empenhou mais de R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares, a maior liberação registrada em 2025 até agora.

Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), apenas na terça-feira (24), foram reservados mais de R$ 831 milhões para pagamento de emendas indicadas por deputados e senadores. Esse salto levou o total de recursos empenhados no ano a R$ 2,328 bilhões. No entanto, o valor efetivamente pago até o momento é bem menor: cerca de R$ 465 milhões.

Grande parte das emendas empenhadas são do tipo individual, obrigatórias e vinculadas diretamente a um parlamentar. Por outro lado, nenhuma emenda de comissão foi empenhada até agora. Entre as 8.854 emendas registradas, 1.353 foram empenhadas, 555 liquidadas e 343 efetivamente pagas. Apenas três eram de bancada, somando R$ 2,2 milhões.

A liberação dos recursos aconteceu no mesmo dia em que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), surpreendeu o Planalto ao anunciar a votação de um projeto para derrubar decretos presidenciais que elevaram as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A movimentação foi seguida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também colocou a proposta em votação na Casa.

O resultado foi considerado uma derrota histórica para o governo: a Câmara aprovou a derrubada dos decretos por 383 votos a favor e 98 contrários. No Senado, a votação simbólica confirmou o revés.

Entre os motivos apontados por parlamentares para a perda de apoio ao governo está o atraso na liberação das emendas de 2025. O Congresso aprovou mais de R$ 50 bilhões em emendas neste ano, sendo R$ 24,7 bilhões apenas em emendas individuais. O Planalto, por sua vez, justifica a lentidão com mudanças no processo de liberação exigidas por decisões do STF e pelo atraso na aprovação do Orçamento de 2025, votado apenas em março.

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