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Operação Falso Consignado

Polícia Civil desarticula organização que fraudava empréstimos consignados em nome de idosos em Alagoas

Por Redação 19/08/2025 15h03
Polícia Civil desarticula organização que fraudava empréstimos consignados em nome de idosos em Alagoas

Uma operação da Polícia Civil de Alagoas, deflagrada na manhã desta terça-feira (19), desarticulou uma organização criminosa acusada de aplicar golpes milionários em beneficiários do INSS por meio da contratação fraudulenta de empréstimos consignados. A ação, batizada de Operação Falso Consignado, foi conduzida pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em diferentes bairros de Maceió, além de um mandado de prisão preventiva contra o suposto líder do grupo, que já está detido por homicídio qualificado.

As investigações foram conduzidas pela Divisão Especial de Combate à Corrupção, sob coordenação dos delegados José Carlos e Maria Eduarda. Os mandados foram cumpridos nos bairros Cidade Universitária, Santa Lúcia, São Jorge, Jacintinho e Feitosa.

De acordo com a polícia, o grupo utilizava documentos falsificados de aposentados, construídos com fotos de outros idosos recrutados como laranjas. Com esses dados, os criminosos criavam contas no sistema Gov.br em nome das vítimas e solicitavam empréstimos de alto valor, principalmente em bancos digitais. Assim que os valores eram liberados, o dinheiro era rapidamente transferido para contas de intermediários, passando por diversas movimentações até chegar ao líder da organização ou pessoas de sua confiança.

O prejuízo já identificado ultrapassa R\$ 1 milhão, mas as autoridades acreditam que o montante real é significativamente maior. Apenas cinco investigados movimentaram cerca de R\$ 8 milhões em menos de dois anos, sem qualquer justificativa legal para os valores.

A organização era dividida em núcleos especializados: um grupo cuidava da falsificação de documentos; outro recrutava os laranjas e constituía empresas de fachada; e um terceiro, ligado diretamente ao chefe do grupo, era responsável por ocultar bens e proteger o patrimônio obtido com os golpes. Embora se apresentasse como construtor, o homem de 56 anos que liderava a quadrilha já foi preso pela Polícia Federal por fraudes previdenciárias e atualmente responde a processos na Justiça Federal.

A investigação também revelou o lado violento da organização. Um braço do grupo era utilizado para intimidar ou até eliminar pessoas que oferecessem risco aos esquemas. A Polícia Civil encontrou indícios da execução de uma mulher, em maio deste ano, na cidade de Marechal Deodoro, após um desentendimento com o líder da organização. A vítima teria atuado como laranja do grupo. Há também provas de que o chefe planejava a morte de sua ex-esposa, o que levou os investigadores a compartilhar as informações com a Delegacia de Homicídios.

Cinco dos 12 investigados já possuíam antecedentes por crimes contra o INSS ou fraudes envolvendo idosos. Mesmo após prisões anteriores, o grupo foi reorganizado, mantendo seu funcionamento e protegendo o patrimônio acumulado por meio dos crimes.

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