O empresário alagoano Alan Cavalcante do Nascimento foi preso nesta quarta-feira (17) pela Polícia Federal, acusado de ser o principal articulador de um esquema de mineração ilegal que teria movimentado mais de R$ 1,5 bilhão em recursos ilícitos. A prisão ocorreu durante uma megaoperação que também deteve servidores públicos e ex-dirigentes federais.

Alan ficou conhecido por ostentar uma vida de luxo em Alagoas, onde mantinha uma mansão com uma adega de vinhos sofisticados, que chamou a atenção das autoridades. No estado, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão.

O grupo criminoso atuava principalmente em Minas Gerais, explorando minério de ferro em áreas protegidas, como a Serra do Curral, em Belo Horizonte. De acordo com as investigações, a quadrilha utilizava uma rede com mais de 40 empresas para maquiar a atividade ilegal, com destaque para a Minerar S/A, considerada o “braço legal” do esquema.

Além de Alan, também foram presos o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Seabra, e o ex-chefe da Polícia Administrativa da Polícia Federal, Rodrigo de Melo Teixeira, atualmente ocupando cargo no Serviço Geológico do Brasil, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia.

A Justiça Federal autorizou 22 prisões temporárias e 79 mandados de busca e apreensão em diversos estados, além do bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens dos investigados. Segundo a PF, o esquema contava com apoio de servidores de órgãos como ANM, Iphan, Feam e IEF, que recebiam pagamentos mensais em troca de favorecimento nos processos de licenciamento ambiental.