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Operação Blasfêmia: "profeta" com 8 milhões de seguidores é alvo de investigação por extorsão da fé no RJ
Grupo usava central de telemarketing para cobrar Pix de fiéis com promessas de milagres e curas espirituais; mais de R$ 3,3 milhões foram movimentados
A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado (MPRJ) deflagraram, nesta quarta-feira (25), a Operação Blasfêmia, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que explorava financeiramente a fé de fiéis por meio de uma central de telemarketing religiosa. O grupo era liderado por Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido nas redes sociais como "profeta Henrique Santini", que possui mais de 8 milhões de seguidores.
Segundo as investigações, o esquema operava a partir de um call center localizado no Centro de Niterói, onde atendentes se passavam pelo líder religioso, utilizando áudios previamente gravados com pedidos de contribuições financeiras em nome de "sacrifícios" e "orações especiais". Um dos áudios divulgados pela investigação diz:
“Você vai fazer um sacrifício no altar de 24 reais, representando as 24 horas que eu vou ficar no monte. Você vai me pedir a chave Pix, esse dinheiro será para a gasolina do monte, para eu conseguir estar lá.”
Fiéis sem recursos eram pressionados a contribuir
Os valores cobrados variavam de R$ 20 a R$ 1.500, conforme o tipo de oração ou bênção prometida. Em outro áudio divulgado, uma fiel afirma que não tem comida em casa, mas ainda assim tentaria fazer uma transferência:
“Não tenho nada na minha casa a não ser água e sal. Mas se Deus me abençoar, daqui para mais tarde eu faço um Pix, em nome do Senhor Jesus.”
Esquema milionário
A investigação identificou que o grupo movimentou mais de R$ 3,3 milhões entre 2021 e 2023, valor que era distribuído entre os envolvidos e dificultado de rastrear por meio de uma rede de contas bancárias em nome de terceiros. O MPRJ também descobriu que ao menos sete adolescentes foram aliciados para trabalhar no esquema.
Além de Santini, 22 pessoas foram denunciadas. A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias, o sequestro de bens e o uso de tornozeleira eletrônica para o líder religioso.
Os atendentes do call center eram remunerados com comissões proporcionais ao valor arrecadado, e submetidos a metas rígidas de desempenho. Aqueles que não alcançavam os valores exigidos eram dispensados, segundo a Polícia Civil.
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