Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam um avanço expressivo da dengue no Brasil em 2024, colocando a doença como a principal causa de mortes infecciosas no país no período. Ao longo do ano, foram registrados 6.041 óbitos provocados pela dengue, número superior às 5.960 mortes atribuídas à covid-19 no mesmo intervalo.

O total de vítimas fatais da dengue em 2024 não apenas superou o da covid-19, como também ultrapassou a soma de óbitos registrados pela doença nos sete anos anteriores, evidenciando a gravidade do atual cenário epidemiológico.

Em comparação com 2023, quando foram contabilizadas 1.179 mortes, o crescimento da letalidade chega a cerca de 400%. O aumento expressivo reforça o alerta das autoridades de saúde sobre a rápida disseminação do vírus e a pressão crescente sobre os serviços de vigilância e atendimento médico.

O avanço da dengue já levou 21 municípios do estado de São Paulo a decretarem situação de emergência, diante do aumento de casos e do risco de sobrecarga no sistema de saúde. Entre os dias 29 de dezembro de 2024 e 4 de janeiro deste ano, o estado registrou 7.201 casos prováveis da doença, indicando manutenção da circulação intensa do vírus.

A superação do número de mortes por covid-19 representa um dado inédito desde o início da pandemia. Mesmo com a permanência do coronavírus em circulação, a dengue se consolidou como a enfermidade com maior número de óbitos em 2024.

Especialistas atribuem o agravamento do quadro a fatores como condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, falhas no controle do vetor e a circulação simultânea de diferentes sorotipos do vírus. Diante do cenário, autoridades reforçam a necessidade de intensificar ações de prevenção, eliminação de focos do mosquito e diagnóstico precoce, a fim de conter o avanço da doença e reduzir o número de mortes.