Alagoas

Caso Braskem

Afundamento do solo em Maceió pode gerar prejuízo bilionário, indica estudo governamental

Por Redação com Site* 10/12/2023 10h10
Afundamento do solo em Maceió pode gerar prejuízo bilionário, indica estudo governamental
Secretária da Fazenda em Alagoas Renata Santos

A secretária da Fazenda de Alagoas, Renata Santos, revelou em entrevista exclusiva ao site Metrópoles detalhes sobre os impactos financeiros estimados em decorrência do afundamento do solo em bairros de Maceió, causado pelas atividades da petroquímica Braskem. O estudo encomendado pelo governo do estado sugere prejuízos que variam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, muito acima do R$ 1,7 bilhão pago no acordo com à prefeitura, englobando danos ao patrimônio físico, queda na arrecadação de impostos, danos morais individuais e coletivos, problemas de mobilidade urbana e impactos ambientais.

"Acredito que o dano moral deve ser estabelecido por pessoa. E ainda temos de incluir as indenizações dos cerca de 10 mil moradores das novas regiões que também estão afundando. Ou seja, sob o ponto de vista do estado, não seriam 15 mil indenizações, mas cerca de 70 mil, considerando o mais recente problema, na mina 18", destacou Renata Santos sobre as negociações das indenizações por danos morais.

A secretária também ressaltou os prejuízos ao patrimônio, citando o impacto sobre o único hospital psiquiátrico público do estado, escolas, e a Estação de Tratamento de Água (ETA) Cardoso. Além disso, apontou que o afundamento do solo afeta a arrecadação de ICMS, estimado em pouco mais de R$ 3 bilhões em 10 anos, e provocou caos na mobilidade urbana e no transporte da cidade.

Ao abordar a realocação das pessoas afetadas, Santos mencionou que o deslocamento repentino de 60 mil pessoas sobrecarregou diversas cidades na Região Metropolitana de Maceió, aumentando gastos com coleta de lixo, transporte escolar, entre outros. A secretária também discutiu o dano coletivo ambiental, destacando a necessidade de intervenção federal para estudar a possibilidade de dragar a Lagoa Mundaú.

Sobre o acordo entre o município e a Braskem, Renata Santos criticou, afirmando que, sob o aspecto técnico, o acordo é um escândalo. Quanto aos próximos passos do governo estadual, a secretária destacou a necessidade de priorizar as vítimas e aguardar a posição da Braskem antes de retomar as negociações. Em uma conclusão dramática, Santos descreveu a situação como "absurda" e sem precedentes, enfatizando os aspectos subjetivos do impacto psicológico nas pessoas afetadas.

"As pessoas que deixaram suas casas, e aquelas que terão de deixá-las, estão sendo psicologicamente afetadas. E isso acontece de forma severa. Até agora, ninguém olhou com cuidado para esse tema", concluíu.


*https://www.metropoles.com

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