A Assembleia Legislativa de Alagoas reuniu-se em uma sessão pública memorável na última sexta-feira (1°) para homenagear os 40 anos de lutas e conquistas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Proposta pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), a iniciativa reconheceu o papel fundamental do MST na promoção da reforma agrária, combate às desigualdades e fomento à agricultura familiar, fortalecendo a geração de empregos, renda nas zonas rurais e promovendo a alimentação saudável.

Fundado em janeiro de 1984, na cidade de Cascavel, Paraná, o MST atualmente está presente em 24 estados, representando aproximadamente 450 mil famílias acampadas e assentadas. Durante a solenidade, Jaime Silva, diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), representando o Governo do Estado, parabenizou os trabalhadores rurais e ressaltou a importância da colaboração entre os governos estadual e federal para impulsionar a reforma agrária em Alagoas.

Jaime Silva destacou o comprometimento do governador Paulo Dantas e a articulação conduzida pelo Iteral para acelerar a resolução de questões históricas. O diálogo com o Incra Nacional e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) visa superar obstáculos na reforma agrária nas terras das usinas Laginha, em União dos Palmares, e Guaxuma, em Coruripe, empresas do grupo João Lyra inseridas no maior processo falimentar do país.

Débora Nunes, integrante da coordenação nacional do MST, expressou gratidão pela homenagem e destacou a trajetória do movimento na luta contra o latifúndio improdutivo. "Um país com dimensões continentais como o nosso não pode admitir que existam milhões de brasileiros e brasileiras sem terra. Avançamos muito no sentido da democratização, é verdade, mas a estrutura fundiária do Brasil continua concentrada", ressaltou.

A sessão contou com a presença de diversas personalidades, incluindo David Nunes, secretário executivo de Gestão Interna da Seagri, Tutmés Airan, desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), Pedro Montenegro, secretário da Coordenadoria de Direitos Humanos do TJ-AL, e representantes de diversas instituições ligadas ao campo e aos movimentos populares. Uma ocasião marcante para celebrar a história e os ideais do MST no estado de Alagoas.