Celebrar Douglas Apratto Tenório é celebrar a própria consciência histórica de Alagoas. Poucos intelectuais souberam traduzir com tanta lucidez, coragem e profundidade a trajetória do nosso povo — suas lutas, suas contradições e suas esperanças. Em cada página de suas obras pulsa o coração de um homem que fez da pesquisa uma missão e da docência um ato de fé na educação e na liberdade.

Ao longo de mais de cinco décadas de vida intelectual e acadêmica, Douglas construiu uma obra monumental, onde se entrelaçam o historiador, o sociólogo, o educador e o cidadão comprometido com o futuro de sua terra. Sua escrita, firme e elegante, ilumina temas decisivos da formação política e cultural de Alagoas — do ciclo do algodão ao drama do populismo, das oligarquias às transformações da imprensa — sempre guiado por uma visão crítica, humanista e generosa.

Homenageá-lo na Bienal do Livro de Alagoas, sob a égide da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), é reconhecer um percurso que se confunde com o próprio esforço de pensar, registrar e compreender Alagoas. O título de Doutor Honoris Causa que a UNEAL já lhe concedera encontra, nesta ocasião, novo e profundo sentido: o de uma vida dedicada à palavra, à verdade e à cultura.

Douglas Apratto Tenório é, acima de tudo, um homem de pensamento e de ação, que fez da história um espelho da identidade alagoana e da docência uma forma de eternidade. Sua obra não apenas narra o passado — ela o compreende, o eleva e o transforma em legado.