Nova autofacada agendada?
Matheus Leitão, jornalista e colunista da Veja, denunciou a possibilidade de bolsonazistas estarem preparando uma ação terrorista para o Sete de Setembro com a intenção de responsabilizar a “esquerda”. A fonte seria a própria comunidade de informações.Imputar aos adversários um ato de terror não é novidade, é característica da direita. A mais notória dessas armações foi o Incêndio do Reichstag (Parlamento Alemão) em 1933. Os nazistas tocaram fogo no edifício e colocaram a culpa nos comunistas e, incontinenti, Hitler – Chanceler de um regime democrático até ali – decretou o regime de exceção, prendendo seus opositores. Primeiro a esquerda, e depois todas as demais forças democráticas foram para o saco.
Em 1981, o atentado no Riocentro seria um crime de grandes proporções, planejado para a véspera do 1º de maio, por militares que discordavam do processo de abertura. A meta era causar um morticínio num show de esquerda para culpar a esquerda (!!). A ideia de jerico não deu certo por imperícia no manuseio do detonador e BUM!! – Matou quem a conduzia, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e feriu gravemente um segundo terrorista, o capitão Wilson Dias Machado, ambos militares (da ativa) do Exército. Ambos “inocentados” num inquérito ridículo que sujou para sempre o nome de outro oficial, Job Santana, escalado para a missão de dizer que a dupla de terroristas não era terrorista.
Em 1968, o Capitão Sérgio Miranda, um dos fundadores do Para-Sar, denunciou um plano terrorista armado pelo brigadeiro João Paulo Burnier. O objetivo dos terroristas era explodir o Gasômetro do Rio de Janeiro e, no embalo do pânico causado, assassinar 40 lideranças oposicionistas, colocando a culpa de tudo nos “comunistas”. O plano fracassou por conta do gesto de grande coragem do Capitão (com maiúscula) Sérgio “Macaco”, apoiado por depoimentos de 37 outros militares. Por evitar a tragédia, esse herói de verdade (e não um mito covarde) foi punido, afastado da Aeronáutica e morreu, em 1994, sem ter os seus direitos – concedidos pela Anistia – reconhecidos.
Toda atenção é pouca, pois quem se elegeu presidente por conta de uma facada pode muito bem armar outra cocó ainda mais ousada para se reeleger. Por falar nisso, o “atentado” em 2018 foi acontecido no dia 6 de setembro, quando uma faca milagrosa furou a atenção de todos os “profissionais altamente treinados” que faziam a segurança do mito. E é para 7 de setembro a movimentação detectada pelos serviços de inteligência...
Notas
# O comentário circulante ontem é que Arthur Lira liberaria o PL para apoiar Collor, esvaziando mais a campanha de Rodrigo Cunha.
# Em se confirmando, além de Collor se fortalecer, Cunha fica menor na TV e JHC é reduzido em seu peso como apoiador.
# Mirian Monte, secretária que mais brilhou na gestão JHC, está animada com sua candidatura para deputada federal.
# Na pauta que pretende levar ao Congresso Nacional está o aperfeiçoamento das leis de incentivo cultural com ênfase nos projetos locais.
# Para Mirian Monte, é nas cidades, nos povoados, que os grupos culturais precisam de mais incentivos financeiros.
# A Carta pela Democracia, lançada de forma modesta, avança em adesões e já se aproxima do milhão de assinaturas.
# Quer assinar também? É rápido, simples e seguro pelo site oficial Assinar - Estado de Direito Sempre! (www. www.estadodedireitosempre.com/assinar).
# Por conta das chuvas pesadas, ontem, a inauguração da Biblioteca de Marechal Deodoro foi cancelada e uma nova data será marcada.
# O prefeito Cacau, de Marechal Deodoro, colocou novamente sua equipe de prontidão por conta do retorno das chuvas.# E essa chuva? Quantas horas mesmo têm caído água direto desde terça-feira? Confesso que perdi a conta...
Hoje na História
4 DE AGOSTO DE 1578 – Dom Sebastião, rei de Portugal, desaparece na batalha de Al Cácer-Quebir, no Marrocos, aos 24 anos de idade, na desastrosa derrota depois de ter invadido aquele país africano. Como o corpo do monarca nunca foi encontrado, isso gerou uma série de versões, a principal dizia que ele teria se encantado, virado “O Envultado”, e que voltaria da morte – um dia – para findar seu reinado. Sebastião era extremamente religioso e casto, não deixou herdeiros, nem mesmo crias bastardas (como era praxe). Isso gerou uma grande crise sucessória e, dois anos depois, em 1580, Dom Felipe II, Rei da Espanha reivindicou a coroa do país vizinho e levou o diadema no grito, passando a reinar sobre espanhóis e portugueses, que viveram submissos, por mais dois Felipes, durante 60 anos. Nesse período, Brasil esteve sob administração espanhola e a Holanda, inimiga da Espanha, invadiu o Nordeste brasileiro em 1630 e aqui ficou por 15 anos. Outra herança brasileira de Al Cácer-Quebir é o Sebastianismo, o mito do rei que voltaria do túmulo, crença que veio com os camponeses portugueses, pobres e desassistidos, trazidos à força para a colonização e aqui gerou diversas seitas e algumas tragédias – uma delas retratadas por Ariano Suassuna no romance “A pedra do reino”.
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