“Números sem novidades”
Nova pesquisa, assinada pelo DataSensus, divulgada em primeira mão pelo competente Waldson Régis, repete as tendências das recentes enquetes, sem nenhuma novidade. Os números – considerando as respostas estimuladas – confirmam a disputa governamental centrada em Paulo Dantas (28,7%) x Fernando Collor (19,3%), atestando também o nocaute sofrido por Rodrigo Cunha (14,6%) e a resiliência de Rui Palmeira (10%).
Como num ringue que coubessem quatro boxeadores, dois estão mais bem situados, dois estão em segundo plano, onde existe alguma variação. A pancadaria não começou para valer, mas já se percebe pelo andar da carruagem, quem segue adiante e quem vai perder o bonde.Na lona, Cunha tem poucas chances de se levantar, mas seu nocaute ainda não teve a contagem concluída, e os olhos da plateia se voltam para o corner esperando que Kid Lira tire da maleta algum éter milagroso que reviva seu pugilista antes da padiola vir buscá-lo.
Em guarda, Palmeira mantém o jogo de pernas, evoluindo no ringue, mas sem acertar ninguém nem ser acertado por alguém. Aposta nos jabs, eventualmente um cruzado, quando soar o gongo indicando o início do horário eleitoral na TV. Dantas e Collor estudam-se, movimentam-se, mas sem trocar sopapos até agora. Economizam energia, cada um sabe que tem de levar o outro às cordas e largar-lhe o braço com gosto. Agosto parece não ser hora ainda para investidas de verdade.
Aguarda-se também o momento no qual os menos cotados possam decidir atrapalhar um dos contendores principais, coisa comum em lutas entre vários brigões, quando a terceira ou quarta pessoa escolhe seu alvo preferencial para dar uns cascudos a mais.Merece atenção nessa pesquisa, os índices de votos brancos/nulos, e o “não sabe”, pois aí podem ocorrer migrações.
Para o governo, 7,5% estão de branco/nulo e 17,7% dizem não saber em quem votar. São significativos 23,2%. Para presidente essa soma é bem menor: 16%, com 11% se declarando sem candidato.Para a presidência da República, Lula mantem liderança ainda folgada (52%) em relação ao segundo colocado (28%), porém não apareceram até agora os efeitos do espalhamento de dinheiro para aquisição de sufrágios em prol da reeleição do mito, pois esse processo comercial está em seu começo. Com todo respeito, as demais candidaturas ao Planalto não contam, pois estão fora do jogo até agora, e nada indica que venham triscar na pelota. Tudo sugere que o Brasil terá dois segundo-turnos neste 2022.
NOTAS
# Quase sem surpresas nessa eleição para o Senado, é boa nova a indicação do empresário Fernando Farias para a primeira suplência de Renan Filho. Alagoas ganha com isso, pois (sendo eleita essa chapa) Farias é garantia de alto nível na Câmara Alta.
# Empresário de sucesso e atento ao social desde os tempos de estudante na UFAL, Fernando Farias é discreto e realizador. Contou com a articulação de seu sobrinho (quase da mesma idade, mas com cabelos mais brancos) Fábio Farias, ex-secretário do gabinete civil.
# Nesta sexta-feira o TRE/Alagoas homenageará o Ministro Luiz Roberto Barroso com a medalha Herman Byron. Na ocasião, Barroso falará sobre “Revolução Tecnológica, Mídias Sociais e Democracia”, em evento para Juízes e promotores eleitorais.
# Essa homenagem é mais uma grande iniciativa do Tribunal Regional Eleitoral, que tem se destacado também pelo trabalho de Comunicação, com suas redes sociais em alta, atualizando informações e tirando dúvidas dos eleitores em tempo real.
# A suspensão, pelos organizadores, do ato de lançamento da candidatura de Lula em São Paulo, foi uma decisão correta. Os riscos de algum atentado bolsonarista são reais e esses sinais precisam ser acompanhados com muita cautela.
# Por falar nisso, a Polícia Federal tem uma grande responsabilidade: monitorar quaisquer possibilidades de autoatentado nos atos bolsonaristas. A autofacada de2018 não pode ser esquecida e qualquer ação semelhante precisa ser impedida.
HOJE NA HISTÓRIA
Hess cumprimenta Hitler 17 de agosto de 1987 – Rudolf Hess morre, aos 93 anos, preso em Berlim. Poderoso, era a segunda pessoa na liderança alemã, abaixo apenas de Hitler, quando, em 1941, no auge da guerra, pilotou sozinho um avião até a Escócia, onde tentaria um acordo. A turma de Churchill, entretanto, observava os simpatizantes nazistas no Reino Unido e, mal aterrissou em solo britânico, o vice-Fürhrer foi detido, num revés humilhante para o III Reich, e nunca mais saiu da cadeia, pois foi julgado e condenado à prisão perpétua. Hess manteve silêncio sobre os detalhes do caso pelo resto da vida. A prisão de Spandau, onde ele morreu, foi demolida para não se tornar referência aos neonazistas.
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