AS PESQUISAS “FALAM” CANDIDATOS...
Quando nos debruçamos sobre uma pesquisa de sondagem de opinião, três fatores de imediato chamam a atenção: para quem a preferência das pessoas está se voltando: intenção de votos; os índices as rejeições dos candidatos pelos eleitores, e o que a pesquisa indica em termos dos eleitores indecisos.
Enganam-se os que acham que uma sondagem de opinião se trata tão somente de somar, subtrair, multiplicar ou dividir os resultados que elas apresentam. Nada disso. É preciso comparar e cruzar os resultados com outras informações ali contidas, variáveis como gênero, idade, condição social, nível de instrução e vai por aí, para se obter informes relevantes para o dia a dia da campanha.
Duas outras coisas importantes: a primeira, é o tamanho do questionário, que não deve ultrapassar o limite máximo de 12 perguntas para evitar o “cansaço” do eleitor e o seu desinteresse em responder as questões adequadamente; e a segunda é que o questionário precisa ser construído por expertises, sob pena de se perder qualidade na formulação e nas respostas obtidas.
Nosso intuito aqui não é em absoluto “dar aula” sobre pesquisa. Nada a ver. O que nos chamou a atenção para o tema pesquisa, foi a reclamatória do candidato Collor a uma pesquisa contratada junto ao IPEC por suas empresas, em que ele se sentiu prejudicado, chegando a contestar seus resultados no TRE por entender que não refletia a realidade da sua candidatura naquele momento (uma semana atrás).
Data vênia, e salvo melhor juízo, o que a pesquisa mostrou de valioso – talvez pouco aproveitado pelo candidato – se refere a dois pontos cruciais: o primeiro, o alto grau de rejeição ao seu nome. Que candidato e equipe podem perfeitamente trabalhar para reverter ou reduzir a desconfortável situação, embora o tempo urja;
O segundo ponto, em especial, diz respeito por igual a todos os candidatos. A tal pesquisa entrega um dado muito interessante, uma vez que estamos num momento da campanha em que parte do eleitorado já consolidou seus votos. Resta, portanto, aos candidatos buscar os votos dos indecisos.
E é ai que a coisa se revela: A pesquisa estimulada mostra com clareza que 21% dos eleitores estão indecisos ou pretendem votar em branco. E, ainda mais importante: que cerca de 45% daqueles que declararam suas preferências por algum candidato, afirmam que ainda podem mudar o seu voto!
Ou seja, a pouco mais de 20 dias das eleições em torno de 66% dos eleitores (2/3 do total, portanto, ou aproximadamente 1,5 milhão de eleitores!) se mostram indecisos ou afirmam que votarão em branco ou que podem mudar de voto. E isso tem claro significado: a eleição para governador de Alagoas está em aberto, e as propostas (ou a ausência delas) dos candidatos não estão conseguindo empolgar e atrair uma enorme, gigantesca legião de eleitores.
O festival de esmolas prometidas para não serem cumpridas, os ataques pessoais sem um “gancho” político para sustentá-los, desempenhos medíocres nos debates, ou mesmo a fuga de candidatos dos debates, o passado de parcas realizações de cada um em prol do estado, certamente se constituem em óbices à conquista do eleitor cada vez mais arredio a lorotas e ausência de propostas.
Uma questão em especial: no caso de Maceió - um “mercado” exigente de mais de 600 mil votos – chama a atenção a estranhíssima ausência de propostas dos candidatos para solucionar o megaproblema causado pela Braskem à cidade – o maior desastre ambiental do mundo em área urbana; como também, nem uma palavra quanto à absolutamente indesejada presença da planta industrial química da empresa dentro da cidade, a ameaçar a população de Maceió e de municípios da região metropolitana.
Neste caso, o candidato que se posicionar pró Maceió com propostas e compromissos reais, pode levar enorme vantagem sobre os outros. Sabendo que se não cumprir o prometido, pode preparar seu enterro político nas próximas eleições.
Nunca é demais lembrar aos candidatos e seus marqueteiros que com o advento das redes sociais e da comunicação instantânea, fazer campanha pautada por temas como a exploração da miséria, a promessa de esmolas (que o eleitor pobre sabe não será cumprida), as musiquinhas de terceira qualidade para cabos eleitorais dançarem à frente das câmeras para serem veiculadas nos programas dos candidatos, e a completa ausência de propostas sérias e viáveis - passadas ao eleitor de forma palatável e atraente - para fazer Alagoas sair do fundo do poço dos principais rankings de desempenho dos estados brasileiros, e resolver o megaproblema de Maceió, explica o quadro de inanição eleitoral dos candidatos.
Eleito nessas condições, o candidato não terá a representatividade de sequer 20% dos alagoanos.
Ainda dá tempo de candidatos e marqueteiros mudarem o rumo da conversa e tratarem de forma inteligente e adequada dos temas agudos que fazem de Alagoas um dos mais atrasados estados da Nação.
O eleitor indeciso e o que ainda pode mudar o voto aguarda.
Quem se habilita?
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