MILÍCIAS EM DESESPERO
O bolsonarismo tem método, não é um ajuntamento espontâneo de estupidezes. Seu método não é militar, é miliciano. Não é coisa de polícia linha-dura, é truta do crime organizado. Num paralelo com o nazismo, não seria a essência bolsonarista a SS e sim a SA – Sturmabteilung, milícia liderada por militares renegados, mas formada basicamente por civis violentos organizados em torno de um líder específico, o brutal Ernst Röhm, capitão da reserva do Exército alemão.
A Sturmabteilung foi o grupo responsável pelo combate corpo-a-corpo contra os comunistas, socialistas e democratas, e – especialmente – contra os judeus, considerados os responsáveis por tudo de errado que existia no mundo e especialmente na Alemanha. A intimidação era seu forte e atuava desrespeitando as leis anteriores à legislação nazista. O objetivo era desestabilizar as regras democráticas da República de Weimar e impor as diretrizes de Hitler. A SA aterrorizou entre 1921 e 1934 e chegou a contar com 4,2 milhões de membros.
A intimidação, o culto à violência e o desrespeito institucional tem sido a marca do bolsonarismo desde 2018 e se acentua com a perspectiva de derrota nas urnas. A idolatria às armas, a caracterização como inimigo mortal para quem não adere ao Jair B, a contestação violenta à legislação quando se sentem prejudicados, são algumas das características dessa moléstia política-ideológica. Os tiros e as granadas do bolsonarista-raiz Roberto Jefferson contra a Polícia Federal são a confirmação desse método, agora testando sua modalidade de enfrentamento armado.
O presidiário Jefferson antecedeu seus tiros e granadas com mais uma tentativa de intimidação da Justiça, agredindo verbalmente, entre outros, o Ministro Alexandre de Moraes e a Ministra Cármen Lúcia, ela recebendo adicionais insultos próprios da misoginia bolsonarista. Responder decisão judicial à bala e à bomba é apenas um passo adiante num caminho anunciado com insistência. Em 2 de agosto deste ano Jair B teria dito a interlocutores que “eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer” em frase vazada para a imprensa, mas não confirmada nem desmentida pelo próprio.A prisão do bolsonarista-raiz Roberto Jefferson é um sinal importante de que as instituições brasileiras não se dobram às intimidações e o mundo bolsominion reagiu de forma atabalhoada e contraditória, batendo cabeças. O método Ernst Röhm entrou no modo pânico.
NOTAS
# A juíza alagoana Fátima Pirauá é uma das vítimas recentes do método Röhm de intimidação, por ter ousado aplicar a lei eleitoral.
# O TRE/AL e a ALMAGIS reagiram à altura na defesa da magistrada e da legislação, reforçando os poderes institucionais frente às milícias eleitoreiras.# Todo cuidado com a ofensiva violenta bolsonarista é pouco, mas não se pode esquecer da violenta ofensiva de Paulo Guedes contra assalariados e pensionistas.
# A eliminação dos descontos com educação e saúde no Imposto de Renda volta à pauta do Ministério da Economia. Guedes nega...
HOJE NA HISTÓRIA
Teodósio de Bragança, o primeiro Príncipe do Brasil
27 de outubro de 1645 – criado o título de Príncipe do Brasil, por João IV (1604/1656), Rei de Portugal, para ser usado pelo herdeiro da coroa portuguesa. Provavelmente esta foi a primeira vez que a gigantesca colônia tropical dos portugueses se viu lembrada com distinção. O primogênito de João IV, Teodósio de Bragança (1634/1656) passa a ser o primeiro a usar esse título, mas parece que não lhe trouxe sorte, pois morre jovem, aos 19 anos. Seu irmão Afonso (1635/1683) o substituiu como herdeiro e assume o trono em 1656. O título “Príncipe do Brasil” segue sendo usado para distinguir o infante, como a próxima cabeça a ser coroada, até 1815, quando a honraria desaparece com a criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
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