GRANDE E SOFRIDA VITÓRIA
O Brasil ganhou. Por muito pouco, refletindo o crescimento da extrema-direita. O Brasil começou, desde às 20 horas de ontem, a recuperar sua imagem – muito danificada desde janeiro de 2019 – perante o mundo, mas a ansiedade internacional aguardará ainda um tempo para ter segurança sobre o processo de transição.
Foi uma vitória suada e dramática da Democracia, que por pouco não sumia do mapa e dava lugar a um governo de matiz autoritária como o da Hungria ou da Rússia. Por 1,76% dos votos (99,70% das urnas apuradas) escapamos da vergonha de nos espelhar ideologicamente a governos como o recém-eleito na Itália, com a vitória da neofascista Giorgia Meloni. Ou, numa comparação provocativa à direita e à esquerda, com a reeleição de Jair B estaríamos mais próximos ao modelo venezuelano de permanência no poder.
Nos próximos dias, o posicionamento de Jair B definirá se haverá ou não um terceiro turno, independentemente do que o mito venha a falar nas primeiras horas depois do resultado. De toda forma, é bom o País se preparar para 62 dias muito difíceis. Poderão acontecer surpresas positivas? Em política tudo é possível, até o improvável. E um crédito deve ser sempre dado a qualquer pessoa que desempenhe o papel de liderança política, especialmente após um revés. Ao atual presidente da República, ontem derrotado em sua pretensão de ser reeleito, não deve ser negada a oportunidade de uma atitude de estadista.
A partir de amanhã iremos comentando isso com a devida atenção, acompanhando os gestos pós-derrota presidencial num cenário político de vitórias estaduais importantes para o bolsonarismo, como o governo de São Paulo, e sua presença destacada no Congresso. Por hoje, basta repetir a enorme importância da vitória da cidadania com Lula e Alckmin, uma vitória civilizatória. Parabéns ao Brasil.HOJE NA HISTÓRIA
31 DE OUTUBRO DE 1860 – Morre Thomas Cochrane, 10º Conde de Dundonald e Marquês do Maranhão, almirante britânico nascido em Annsfield, Escócia, conhecido como o “Lobo do Mar”, e que combateu com brilhantismo não só pela marinha do Reino Unido, mas também no Brasil, onde se destacou nas lutas pela independência (1822) e contra os insurretos da Confederação do Equador (1824). Jogou grande papel no Chile (1818) e na Grécia (1825). Antes, porém, havia sofrido um duro revés em sua terra natal, quando foi acusado de fraude na Bolsa de Londres em 1814. Não tendo se dado tão bem nas batalhas gregas, retornou à Inglaterra, onde foi reincorporado à Marinha Real Britânica como contra-almirante. Morreu, aos 84 anos, ao se submeter a uma cirurgia renal.
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