HOJE NA HISTÓRIA

1º DE DEZEMBRO DE 1640 – Restauração Portuguesa, com a reconquista da coroa lusitana pelos portugueses, que desde 1580, havia tomada pelos espanhóis em um golpe de estado. Quando, em 1578, o Rei Dom Sebastião desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir sem deixar herdeiros diretos, em 1580, o rei da Espanha, Felipe II, invadiu Portugal e se fez coroar como Felipe I, monarca de Portugal. Essa usurpação se estendeu ao longo de 60 anos, através de mais dois Felipes, filho e neto do primeiro usurpador. E deixou marcas no Nordeste brasileiro.

Nesse período de seis décadas, países que estavam em guerra com a Espanha desceram o lenho em Portugal, por tabela. Os holandeses invadiram o Brasil por ser então colônia “espanhola” e tomaram conta do Nordeste a partir de 1630. Com sede em Recife, cidade transformada em metrópole regional por Maurício de Nassau, a Holanda iniciou um ciclo de desenvolvimento na região, com grandes investimentos no setor açucareiro (já eram compradores de açúcar nordestino antes da invasão).

Com a Restauração Portuguesa os batavos passaram a ser amigos novamente e negociaram com Dom João IV, novo rei português, a saída do Nordeste, mediante indenização pelas obras realizadas, deixando aqui uma pequena força de segurança para garantir o pagamento dos débitos dos Senhores de Engenho, que, especialmente no entorno do Recife, deviam fortunas aos banqueiros holandeses.

Para não pagar esses débitos locais, a elite açucareira nordestina foi à luta buscando a expulsão dos neerlandeses, processo culminado na Batalha dos Guararapes, em 1649, com os caloteiros locais derrotando seus os credores. Para evitar uma nova invasão da Holanda, a coroa portuguesa aceitou pagar essa conta dos Senhores de Engenho, acrescida de juros escorchantes. Esse débito é pago por Portugal com ouro do Brasil, obviamente.